Era uma tarde de sábado em Belém. O Paysandu tinha a oportunidade de conseguir o seu segundo título do Campeonato Brasileiro da Série B. O público presente no estádio Leônidas Castro, a Curuzu, estava na expectativa de soltar o grito de campeão. O adversário era o Avaí (SC). E no final, deu Papão. Há exatos nove anos, o bicolor paraense vencia os catarinenses por 4 a 0 e conseguia mais uma taça nacional. O DOL revive alguns fatos que marcaram o título bicolor.
A COMPETIÇÃO
O Paysandu competia com outros 27 times na Série B. Também representavam o futebol paraense na competição a Tuna Luso Brasileira, que acabou sendo rebaixada para a Série C, e o Clube do Remo, que ficou na 19ª colocação.
Na primeira fase da competição, o Papão fez 34 jogos, com 14 vitórias, 16 empates e apenas quatro derrotas. Foram 60 gols pró, 34 contra e 24 gols de saldo. Ao final, o clube foi primeiro colocado com 59 pontos, mas ainda tinha pela frente mais sete equipes na briga para tentar chegar à Série A de 2002: Figueirense (SC), Caxias (RS), Avaí (SC), Náutico (PE), CRB (AL) e União São João (SP) e Ceará (CE).
Na fase de quartas de final, o Paysandu empatou duas vezes em 0 a 0 com o União São João e seguiu em frente pelos critérios do campeonato. Já na última fase da Série B, o bicola começou empatando com o Avaí em 3 a 3, em Florianópolis. No jogo seguinte, em Belém, novo empate: 0 a 0 com o Caxias.
Na terceira rodada, o Papa Títulos do Norte conquistou mais um resultado igual: 3 a 3 contra o Figueirense, atuando em Florianópolis. Contudo, no jogo seguinte contra o mesmo adversário, na Curuzu, a primeira vitória na fase final: 3 a 0.
No segundo encontro com o Caxias, o Papão poderia ter conquistado o título, mas acabou caindo para o adversário por 4 a 3, na cidade de Caxias do Sul. Dessa forma, a decisão ficaria para a partida contra o Avaí, na Curuzu. E com o apoio da sua torcida, não deu outra: Paysandu 4 a 0, campeão da Série B, com dez pontos conquistados na fase final da competição.
LEMBRANÇAS DA TORCIDA
O título foi histórico para o Paysandu, mas também para o futebol paraense, que, naquela época, crescia no cenário nacional. Além do mais, torcedores e os próprios jogadores ainda carregam na lembrança a partida que garantiu o Campeonato Brasileiro da Série B daquele ano para o Papão.
Quem não conseguiu ingresso para assistir o jogo final entre Paysandu e Avaí não largou, em nenhum momento, o tradicional radinho de pilha. O autônomo Lourival Santos, de 45 anos, relembra o momento do primeiro gol bicolor, marcado pelo zagueiro Gino. “Nessa hora, joguei o rádio tão longe que depois quase ele não funciona mais. Era muita alegria. Fiquei em casa, mas era como se eu estivesse lá dentro do campo”, disse.
Já o técnico em informática Marcos Santos, de 28 anos, não esquece o momento do gol de Zé Augusto, o último da goleada. “O Zé estava impossível naquele jogo, mas não conseguia marcar. Quando ele fez o gol, eu e o meu pai pulamos, uma parte da torcida gritava, outra chorava... Até me arrepio quando lembro disso e quando invadimos o campo para comemorar”, falou.
LEMBRANÇAS DOS JOGADORES
Ídolos. Assim ficaram conhecidos os jogadores que conquistaram o bicampeonato da Série B para o Paysandu. Um time formado quase que todo por atletas ‘prata da casa’, com o conhecimento do técnico Givanildo Oliveira, se uniu em torno do objetivo de fazer a alegria da Fiel torcida bicolor. O volante Rogerinho e o atacante Zé Augusto lembram o título alviazul.
A conquista da Série B de 2001 tem um gosto especial para o volante Rogerinho. O jogador, hoje auxiliar técnico do Ananindeua, também estava no primeiro título brasileiro do bicola, em 1991. “Fui o único jogador a conquistar o bi-brasileiro naquela vitória contra o Avaí. Isso marcou a minha carreira e a minha vida. Agradeço a torcida do Paysandu que soube nos apoiar para a conquista de mais um título nacional”, lembra.
O estádio da Curuzu ainda ‘abriga’ dois jogadores que fizeram parte do plantel que levantou mais uma taça para o Papão: o volante Sandro Goiano e o atacante Zé Augusto. Por outro lado, o meio-campo Lecheva, atualmente como auxiliar da comissão técnica do clube, também era comandado por Givanildo.
Zé Augusto não esquece o momento em que marcou o quarto gol na goleada sobre o Avaí. “Logo aos 15 minutos de jogo, o volante do Avaí me deu um carrinho e quase quebro o meu tornozelo. Passei a partida inteira, praticamente, ‘atuando com uma perna’. Depois de perder vários lances, fiz um gol. Já passei por muitos momentos felizes pelo Paysandu, mas esse marcou”, disse.
O ‘Terçado Voador’ também falou do fato do Paysandu ter perdido a conquista do título por antecipação, na derrota por 4 a 3 na rodada anterior, para o Caxias. “Acho que foi Deus quem abriu o caminho para que pudéssemos conquistar o título com a alegria da Curuzu lotada pelo nosso torcedor. Esses momentos fazem falta, por isso que peço para o presidente e os diretores formarem um time forte para que a torcida volte a ter vitórias como essa”, desabafa. (Gustavo Pêna, DOL)
Ficha Técnica:
PAYSANDU 4x0 AVAÍ
Local: Curuzú (Belém)
Hora: 18h
Árbitro: Wágner Tardelli (RJ);
Gols: Gino 25' e Vandick 35' do 1º; Vandick 17' e Zé Augusto 46' do 2º;
Cartões Amarelos: Lino, Marcos Teles, Paulo Sérgio e Cairo.
Paysandu: Marcão, Valentim, Gino, Sérgio e Lino (André Duarte); Sandro, Rogerinho, Luiz Carlos (Lecheva) e Jóbson (Vânderson); Zé Augusto e Vandick.
Técnico: Givanildo Oliveira.
Avaí: Flávio, Paulo Sérgio, Marcos Teles (Alex Rossi), Naílton e Luís Fernando (Aílton); Valdir (André), Júnior, Marquinhos Rosa e Mazinho; Cairo e Gauchinho.
Técnico: Roberto Cavalo.
Paysandu: nove anos do bicampeonato da Série B
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