Há outras razões. Mas a proibição de bebidas alcoólicas gerou efeitos singulares no futebol paraense. O primeiro é a concentração de torcedores do lado de fora dos estádios. O segundo é que somente quando o ponteiro do relógio chega perto das 16h é que as arquibancadas costumam lotar. Foi o que se observou, ontem, pouco antes do clássico Rei da Amazônia de número 702.
O Mangueirão só parecia tomado por volta das 15h30. Foram 23.360 pagantes. E como de praxe, o equilíbrio entre Fenômeno Azul e a Avalanche bicolor foi a tônica. Aliás, a então boa campanha do Remo resultou na confiança dos azulinos. O grito de guerra foi “O meu Leão voltou... O meu Leão voltou...”. Do lado alviceleste, a resposta num tom irônico “Sem divisão voltou... Sem divisão voltou”.
Obviamente que à medida que o Papão foi tomando conta do placar, a torcida bicolor cantou mais alto, vibrou no melhor estilo “É Bicolor, é bicolor...”. Só quando o Remo diminui a desvantagem é que o lado azulino voltou a equilibrar as ações. Assim que entrou, Samir pediu mais vibração à torcida. E conseguiu... do lado celeste, o volante Tácio pediu e foi atendido, assim que ganhou uma dividida de bola.
O detalhe negativo é a insistência em repetir cânticos de outras equipes, sobretudo, as cariocas. “Tu és time de coração, raça, amor e paixão... Ôooo meu Remoooo!”. Reconheceu? E esse? “Leãoooo do meu coração”... No final, após muita angústia e com o tento assinalado por Moisés, a torcida bicolor gritou “Olé, olé...” As imagens que encerraram o clássico foram dos bicolores de mãos dadas, agradecendo o apoio, e Moisés comandando uma correria pela pista olímpica do Mangueirão.
(Diário do Pará)
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