Vice-Presidente do Remo apela para a baixaria contra o Paysandu

Vice se refere à torcida do Paysandu como “gaycolor” na internet

Um tópico na maior comunidade azulina na rede social Orkut estremeceu a relação entre Remo e Paysandu. No espaço, intitulado "[Fala Vice Presidente!] (sic) O momento é agora!!", o vice-presidente do Leão Azul, Orlando Frade, faz uso de uma linguagem inapropriada ao se referir à torcida bicolor e ao clube rival. A comunidade conta com quase 35 mil membros.

Na primeira mensagem, o vice-presidente afirma: "Não queremos nenhum acordo mais com esse bando de ‘viados gaycolores’", como uma resposta ao perfil de um torcedor chamado Fernando. Na segunda, ele responde ao internauta Rafael: "Não podemos interferir na escalação do Sinomar. Senão vira o saco de gato do outro lado da Almirante (Barroso, avenida). Vamos nos deleitar com a bagunça deles."

O fato veio à tona quando um torcedor do Paysandu enviou ao e-mail do jornal O LIBERAL um print-screen (imagem capturada de um site) das duas mensagens. O presidente bicolor Luiz Omar Pinheiro afirmou ainda não ter visto o conteúdo das mensagens, mas prometeu acionar o departamento jurídico para tomar as providências legais contra Frade.

Em outra mensagem, sem destinatário definido, Frade faz um desabafo após o Leão perder o título do primeiro turno para o Paysandu. No meio do texto, o presidente afirma que "quem entra no futebol brasileiro, tem que está (sic) preparado para tudo. Este é o futebol do Pará. Na federação, os cargos importantes têm sempre gente dos mucuras. No ano passado, fizeram o Remo de gato e sapato". A reportagem tentou encontrar o tópico entre os arquivos da comunidade, mas o moderador do espaço apagou. Orlando Frade, porém, admitiu ser o autor das declarações.

"Primeiramente, a comunidade no Orkut é do Remo. Lá, me manifesto como um torcedor do clube e jamais falaria para jornal, rádio ou qualquer veículo oficial como falei no Orkut. Recebo perguntas de torcedores e as respondo como torcedor. Outra coisa: todas vezes que o time deles (Paysandu) tem um resultado positivo, eu sou xingado. Chamam-me de gay ou veado. Como já disse, lá me posiciono como torcedor e não me furto a responder perguntas, usando a linguagem dos torcedores", disse Frade.

Bicolor que "bisbilhotou" comunidade foi antiético, avalia Frade

O vice-presidente do Leão Azul classificou como antiético o comportamento do torcedor bicolor que se infiltrou no espaço azulino e garantiu que não considera uma retratação ao Paysandu.

"Há pouco tempo, alguém no Orkut me falou que eu tinha um comportamento antiético. Para mim, é também antiético que qualquer um crie um falso perfil, os ‘fakes’, e bisbilhote a comunidade do Remo. Falo lá como se estivesse em uma discussão de mesa de bar. Todo mundo sabe que essa linguagem é normal quando se fala sobre futebol. Quando falo sobre o rival em um veículo oficial, sempre uso todo o respeito", afirmou Frade, que pretende continuar a debater futebol desta forma enquanto o estiver fazendo com torcedores remistas.

"Para mim, isto é totalmente normal e não faria nenhum tipo de retratação, a não ser que isso fosse definido por meios judiciais. Aí eu teria duas opções: recorrer da decisão ou cumprir a determinação", afirmou Frade, que ainda falou que o Remo reconhece oficialmente a referida comunidade, "assim como qualquer outra formada por remistas."

Procurado pela reportagem, o presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro, que estava em São Paulo acompanhando o time que ontem enfrentou o Palmeiras, repudiou o comportamento de Orlando Frade. Ele garantiu que, assim que regressasse à capital paraense, se reuniria com o departamento jurídico para estudar as providências que podem ser tomadas.

"Ainda não falei com o Frade nem com o Amaro (Klautau, presidente do Remo) sobre isso. Mas ele não tem o direito de ferir o Paysandu dessa maneira. Que ele desconte sua raiva de outra maneira, não ferindo a nossa instituição", disse.

Fonte: Amazônia Jornal