Mas, os jogadores em campo não nos proporcionaram um espetáculo que o dia, a tarde e nós merecíamos. Foi um jogo morno, sem que sentíssemos das arquibancadas , algum espírito de luta, amor, garra e outros requisitos que fazem parte daqueles que vestem este manto sagrado de tantas glórias, vitórias e de tantas conquistas.
Os comentaristas ao fazerem a leitura do jogo, disseram que foi um tempo de cada time, com alguns senões, também foi o jogo que vi. E qualquer outro resultado diferente de um empate, não seria justo, pelo o que os dois times fizeram nos noventa minutos do jogo.
Mas voltando ao evento como um todo, muito me surpreendeu sua organização a começar pelo trânsito, segurança e acesso ao estádio. Aos sair, logo que encerrado o dérbi, as surpresas continuaram acontecendo, novamente com a organização do trânsito, levamos 20 minutos aproximadamente do estádio ao centro da cidade. Trânsito em todo o percurso sem engarrafamento. Inédito! Coisa de primeiro mundo. E olhem que foi um jogo com 25 mil pessoas. Parabéns aos envolvidos nessa organização, o que fica claro nossa evolução nesse item importante para sermos referência na administração de grandes espetáculos de futebol.
Nos matutinos de segunda feira nada de notícias de violência entre as torcidas “organizadas”, clara demonstração de que a segurança funcionou a contento, diferente do que ocorreu em outros estados e que foi matéria nos principais meios de comunicação.
Meus parabéns às nossas Polícias Militar, Civil e demais envolvidos.
No caminho para o campo, nos bairros por onde passávamos víamos os bares cheios, com bandeiras de times do sul e sudeste, nos assustando, fazendo-nos pensar por minutos que estávamos em Manaus ou mesmo em São Luiz, e que não teríamos público no clássico.
E o espetáculo!!!! A dona foi a torcida paraense, foi ela quem deu o verdadeiro espetáculo que esperávamos dentro das quatro linhas. O espetáculo aconteceu nas arquibancadas e cadeiras do Mangueirão, Alacid Nunes, Edgard Proença, Olímpico, sei lá, mesmo num domingo de clássicos no Rio e em São Paulo, e como se tudo isso não fosse bastante, com o dérbi sendo transmitido para nossa capital, mesmo assim ela se fez presente em número significativo no jogo. Prova maior que a chama e a paixão ainda estão acesas em nossos corações.
O show proporcionado por elas, com bandeiras, faixas, fogos de artifícios, etc. foi realmente digno daquele domingo de verão. A festa foi só dela. Tomara que essa cena se repita em todos os sentidos, em todos os clássicos, para que possamos nos sentir seguros e tranquilos dentro da arena do jogo.
Seria injusto de nossa parte se deixássemos de evidenciar o papel que a criticada imprensa esportiva paraense teve, mesmo com as dificuldades lhe impostas, contribuiu para que tivesse esse público no jogo. A semana toda informando e clamando para a presença dos torcedores. E pasmem, tivemos no Mangueirão, 25 mil pessoas, só inferior ao publico do Engenhão em 10 mil, um clássico que decidia um título, enquanto que o nosso, nada decidia. Levando em consideração que o jogo do Rio não teve transmissão local. Sem falar em Corinthians e Palmeiras
Isso demonstra nossa força e aí, se evidencia a falta que um departamento de marketing inteligente e competente faz, para reunir dados e elementos ilustrativos para vender nossas marcas fora dos limites de nossas fronteiras.
Não meus amigos, não podemos reclamar de nossas torcidas, elas têm nos dado respostas surpreendentes nos bons e mesmo nos piores momentos nossos.
Ela precisa ser valorizada, respeitada, vista, sentida, ouvida e a partir daí procurar trilhar “NOVOS RUMOS”.
Com todo respeito, eu me quedo e reverencio Sua Majestade, a Torcida Paraense!!!
Ubirajara Lima.
1 comentários:
1) Internacional perdeu dentro de casa, no Beira Rio, diante de sua torcida e foi eliminado. Duro golpe! Muito dinheiro perdido! O time é bom, não se pode reclamar de estrutura. A região apresenta padrões de desenvolvimento muito superior ao nosso. Perdeu!
2) O Cruzeiro perdeu em Sete Lagoas, cidade perto de Belo Horizonte, diante de sua torcida. O clube de melhor campanha na fase anterior perdeu para o Once Caldas de pior campanha entre os classificados. Zebra! Aconteceu! É o futebol... O Cruzeiro tem uma baita estrutura, tem um grande time e um técnico que iniciou a épica recuperação do Fluminense salvando-o do rebaixamento... Qual tricolor não se lembra?
3) O Fluminense, de Fred e Cia. Perdeu no Paraguai para o Libertad, clube sem torcida... Podia empatar, perder de 1... Perdeu de 3! Foi eliminado! É o futebol...
4) O Flamengo perdeu diante de sua torcida para o Vovô Cearense.. Terá que suar o sangue para reverter em Fortaleza e continuar vivo na Copa do Brasil, caminho mais rápido para se chegar na Libertadores.
Todos esses resultados desastrosos, não são de clubes sem torcida, sem tradição, sem dinheiro ou sem estrutura.
Levantar argumentos desse tipo, comuns por aqui, para justificar uma derrota não é mais, hoje em dia, suficiente. O futebol é complexo! Está mais para cassino do que para empresa!
5) A nossa região apresenta muitas dificuldades estruturais: dificuldade de locomoção, longas distâncias, clima pesado, gramados ruins, arbitragem precária, falta de estrutura, falta de dinheiro, uma parcela da mídia esportiva (= mídia marrom) que peca pelo pouco profissionalismo, pela parcialidade que beira a falta de ética, esquecendo muitas vezes da sua enorme responsabilidade. Na minha opinião, muito tem contribuído para o afastamento da torcida bicolor, a mídia marrom com seu marketing destrutivo que vai minando a auto-estima bicolor dia-a-dia.
6) Um narrador de rádio, um comentarista de Tv, um repórter que prepara sua matéria, deve ser ético e imparcial em nome do compromisso que tem com o público. Não poderia ser tendencioso nem deixar sua preferência clubística aflorar enquanto trabalha com o público. A sua responsabilidade com a informação e no “maneira” como se apresenta essa informação não deve ser leviana.
7) Infelizmente, além da “implicância” da mídia marrom ao Papão têm alguns profissionais da crônica esportiva que se deixam tomar pela paixão clubística e manifestam isso no seu trabalho, torcendo (= fazendo marketing) pelo clube de sua preferência: frases de efeito, exaltações exageradas, apelos mil em prol do seu clube de preferência, hino, etc. Lamentavelmente, são os remistas que visivelmente fazem isso.
8) Também acho a torcida paraense, maravilhosa! Mas, o torcedor na sua paixão tem sua parcela de culpa: não tem paciência com os jogadores locais, com os técnicos locais, exigindo contratações. Quando não comparecem aos estádios.
9) Com a entrada em cena dos empresários, não está fácil contratar bem, muito menos manter um bom jogador. O Paysandu vai disputar uma serie C: a torcida aceitaria e apoiaria, no caso de derrotas, um time formado com jogadores dentro de um plano orçamentário?
10) Não podemos generalizar: a grande maioria da torcida do Papão é Fiel, é 10! Mas tem um grupo de “xiitas” que tumultuam o ambiente bicolor. Não tenho nada contra os xiitas, só não acho legítimo assumir que suas manifestações de descontentamento representam a Fiel Bicolor.
11) Enfim, não devemos esquecer algo fundamental: o nosso futebol profissional reflete o contexto maior das condições sócio-cultural, econômica e política da região. Lamentavelmente, críticas levianas prescindem desse dramático pano de fundo atribuindo responsabilidade, exclusivamente, numa gestão, ou numa pessoa. Ainda impera por aqui o antigo padrão do bode expiatório!
Postar um comentário