Por trás de tamanha desaprovação da torcida bicolor com o jogador, há vários fatores que a justificam, e não se trata apenas de aspectos técnicos. Uma nebulosa negociação revelou que o atacante por muito pouco não deixou a Curuzu. Procurados pela reportagem, os empresários envolvidos ainda não desistiram de remanejar o ‘Animal’ para um time de Série A ou B do Brasileirão, onde a “vitrine é melhor, para revendê-lo logo depois”, segundo o intermediário Anderson Nassrala.
As bases salariais já estariam definidas e cerca de 70% do passe do atleta seriam comprados por um grupo de investidores – ficando o Paysandu com 30%. O próprio jogador nunca negou tal negociação, dizendo, inclusive, que queria ir “para um lugar melhor”. As declarações do jogador e o andamento da negociação por baixo dos panos irritou ainda mais a torcida, que não vê uma boa exibição de Rafael Oliveira há algum tempo – mais precisamente desde março, quando o meia Thiago Potiguar, principal ‘garçom’ do time, foi emprestado para o futebol chinês.
Mesmo com a vontade do atleta, e até da diretoria, que já via o jogador como carta fora do baralho, nenhum time fez uma proposta que agradasse a diretoria e empresários. Contra o Rio Branco (AC), o jogador até teve boas oportunidades e se esforçou, mas queria resolver tudo sozinho e a torcida não perdoou. Rafael Oliveira, pelo visto, fica em Belém mesmo, mas será que ele recupera o faro de gols que o credenciou a ‘artilheiro do Brasil’ no início do ano? O Bola foi atrás de torcedores, jornalistas e até do técnico Roberto Fernandes para achar o porquê da fonte de gols de Rafael Oliveira, que está há quase 80 dias sem marcar, ter secado de forma tão repentina.
O “Animal” encerrou seu ciclo no Papão? Questão divide opiniões na torcida
Apesar das vaias na última partida, a torcida se divide entre os que desaprovam o jogador e os que ainda acreditam que aquele Rafael Oliveira do início do ano, com faro de gol apurado, ainda possa aparecer nesta Série C. O acadêmico de Direito Daniel Gato, de 22 anos, crê no potencial do jogador.
“O Rafael Oliveira ainda pode dar caldo esse ano, não é possível que ele tenha desaprendido a jogar futebol”, opina o torcedor bicolor.
Já para o assistente de serviços gerais Antônio Coimbra, de 34 anos, que estava no Mangueirão e ajudou a aumentar o coro das vaias contra o jogador, foi enfático ao afirmar que o ciclo do jogador no Papão já acabou.“Ele mais atrapalha o time do que ajuda, nunca vi um atacante fazer isso! Contra o Rio Branco (AC), ele foi muito fominha. Sou muito mais o Terçado (Zé Augusto) do que ele”, disse o revoltado torcedor, que almejar ver o jogador “fora do Paysandu o quanto antes”.
Se a torcida anda dividida, entre alguns membros da imprensa paraense a situação não é diferente. Para o jornalista da rádio Cultura, Luiz Octávio dos Anjos, “Rafael Oliveira é o tipo de atacante que precisa de um meia de ligação de qualidade para fazer os gols. Com Thiago Potiguar bem fisicamente, acho que ele melhora de produção e ainda poderá ajudar o Paysandu este ano”, diz o radialista.
Para o jornalista da TV Record, Edson Carvalho Jr., é difícil explicar a queda de rendimento do atacante. “É inexplicável como o Rafael parou de fazer gols. Ele continua com o mesmo time, com o mesmo tratamento no clube”, disse o jornalista, que completa: “Acho que foi o excesso ou a falta de confiança do jogador que fez isso (falta de gols) acontecer”.
Diário do Pará
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