Na feira do Ver-o-Peso, torcedores do Paysandu aproveitam o dia para pegar no pé dos rivais

A feira do Ver-o-Peso, tradicional local de rivalidade entre torcedores de Remo e Paysandu, amanheceu em festa ontem. As comemorações, claro, foram todas dos simpatizantes do Papão, que ainda festejavam a conquista do título do primeiro turno do Campeonato Paraense, diante do maior rival no último domingo, no Mangueirão. O feito assegurou ao time alviceleste vaga na final da competição e, aos mesmo tempo, na Copa do Brasil de 2014. A festa foi comandada pela Ver-o-Papão, facção organizada que congrega feirantes e frequentadores da feira que torcem pelo time bicolor.

Em outros pontos de Belém também foi fácil encontrar torcedores reunidos, festejando o título que parecia estar perdido até os 42 minutos do clássico do final de semana. Nas ruas da capital, torcedores exibiam com orgulho a camisa da equipe campeão. Um grande número de carros circularam pela cidade com bandeiras e outros adereços do clube.

No Ver-o-Peso a comemoração começou quando o sol sequer tinha saído. Por volta das 5 horas, quando muitos feirantes ainda organizavam os produtos em suas barracas, uma charanga contratada pela Ver-o-Papão já entoava o hino do clube, que era acompanhado pelo canto dos torcedores embriagados de alegria. Os torcedores azulinos tiveram de engoliar as tradicionais gozações dos adversários sem reclamações. O presidente da Ver-o-Papão, Manoel Rendeiro, o Didi, lamentou a ausência dos integrantes da torcida Ver-o-Remo, comandada pelo azulino José Messias, o Gato, que trabalha no mercado de carne.

'No sábado fizemos uma reunião e ficou acertado que quem perdesse o título compareceria à festa do vencedor', contou Didi. 'Mas os caras (torcedores do Remo) não cumpriram com o que acertamos. Eles sumiram. Ainda procuramos por eles no complexo todo da feira, só que eles não foram encontrados. Vai ver que nem saíram de casa', desdenhou Didi. As comemorações da Ver-o-Papão não ficaram restritas à feira. Uma passeata, com cerca de 100 pessoas, percorreu o Boulevard Castilho França, passando pela Estação das Docas, Mercado de Peixe até a Pedra do Peixe, local de desembarque do produto.

Para Didi, o erro do Remo 'foi ter empatado o clássico no primeiro tempo'. 'Se eles tivessem ido para o intervalo na desvantagem não armariam toda a retranca que armaram no segundo tempo', analisou. Além do desfile, houve também muito churrasco e, claro, bebida consumida pelos torcedores alviazuis. No termina rodoviário, feiras e outros logradouros da cidade, o torcedor do Papão comemorou para valer o título da Taça Cidade de Belém. 'O que o Remo não sabia é que o Papão vinha fazendo natação para não morrer na praia', brincou o torcedor Carlos Maia, 23 anos, enquanto fazia compras na feira do Entrocamento. 'É mais um ano sem série no Brasileiro para eles', previa Mário Nakachira, que comprava ontem passagem de volta para Marabá no terminal rodoviário. 'Vim só para ver o Re-Pa. Sabia que daria Papão', afirmou.

Amazônia Jornal