Mesmo enaltecendo a grandeza do Paysandu e recebendo elogios de Luiz Omar Pinheiro pelo seu trabalho, o técnico Luiz Carlos Barbieri não se furtou em comentar os problemas enfrentados durante o período em que respondeu pelo comando do time. Na coletiva de despedida, ontem pela manhã, ressaltou a mágoa em saber da lista de cortes em seu elenco por meio da imprensa, assim como as dificuldades no hotel em que estava hospedado (corte de refeições) e até a falta de bolas para treinar com a equipe.
“Você não pode demitir funcionário por intermédio da imprensa. Como entrar em campo com força de vontade sabendo que o revólver está apontado para a sua cabeça e só falta puxar o gatilho?”, ilustrava, ao lembrar que precisou escalar jogadores anunciados na lista que vazou, após o jogo de 24 de fevereiro contra o Potyguar, para o embate contra o São Raimundo.
Sobre a organização dentro do clube, o agora técnico do Mixto (MT), fez a seguinte observação: “Alguns detalhes acontecem no dia-a-dia que acabam atrapalhando. Quando chegamos aqui fizemos um planejamento, em termos de alimentação, e dez dias depois esse planejamento foi jogado no vaso e dado descarga. É complicado. Muitas coisas aconteceram”, revelou.
A ausência do presidente na Curuzu, por conta das viagens em virtude de sua profissão, foi outro fator comentado por Barbieri. “Tenho um carinho muito grande por ele (Luiz Omar Pinheiro), mas, infelizmente, pelos seus afazeres, ele não pode comparecer no dia-a-dia. Ele é o alto mandatário do clube, representa a entidade mas, infelizmente, nós não tivemos um contato direto”, relatava, concluindo que “muitas coisas ultrapassadas querem passar por cima da alta cúpula. E futebol não é assim. Tem uma logística por trás”, considerava, antes de deixar o Leônidas Castro.
(Diário do Pará)
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