Depois da eliminação bicolor na Série C, é tempo de mudanças profundas na Curuzu. Os portões, por onde chegavam e partiam jogadores quase que semanalmente, devem testemunhar apenas despedidas até o final do mês. A melancolia do adeus, somada ao final do calendário bicolor, dá o tom do fim de ano alviazul. Para 2011, muito ainda deve ser pensado, ser planejado. Incertezas que rondam o futuro da diretoria de futebol do clube.
Figurinha fácil pela Curuzu, Antônio Cláudio Pereira, o Louro, o diretor de futebol do clube e braço direito do presidente Luiz Omar Pinheiro, é um dos que ainda não sabe se fica. Depois de um ano difícil, quando sofreu inclusive com problemas cardíacos, o cartola abriu o jogo após a eliminação. “Se for pra ficar sozinho, como eu fiquei na maior parte do tempo, eu não quero mais (ser diretor)”, revela.
O pior é que fui voto vencido em boa parte das decisões, principalmente na hora de contratar, renovar e dispensar jogadores. O pessoal se prende muito à história do ‘grupo fechado’. Se o cara não rende, tem que dispensar”, completa o diretor, que junto do também diretor de futebol Fred Carvalho, do presidente bicolor e da comissão técnica decidia democraticamente os rumos do futebol no Papão.
Após a eliminação, os jogadores devem acertar o desligamento ou a permanência no clube. Segundo Louro, alguns atletas interessam para a próxima temporada, mas como o Papão deve entrar de férias por pelo menos um mês, os acertos não devem ser fáceis. Para aqueles que têm contratos mais longos, os times da segundinha e a primeira fase do Parazão devem ser o destino.
SOLTOU OS CACHORROS
Ainda pensando na inesperada eliminação dentro de casa, quando apenas um empate era necessário para chegar à semifinal e garantir vaga na Série B 2011, Louro não poupou críticas ao corporativismo dos jogadores bicolores, que teria sido determinante para selar a queda de rendimento e consequente derrocada alviazul.
Segundo o diretor, nem mesmo os salários pagos em dia, a estrutura oferecida, no estilo primeira divisão, e até o pagamento de premiações, prática em desuso no futebol atual, garantiram o sucesso da equipe, sob a égide do corporativismo, da defesa dos interesses coletivos, em detrimento a outros interesses.
“Os próprios jogadores se protegiam. Muitos foram protegidos e foram ficando, treinavam, mas não tinham condições de jogar, de contribuir com o time. Aí a gente queria dispensar, queria trazer outros, que chegassem pra jogar de verdade, pra serem titulares, mas parávamos na história do ‘grupo fechado’. Isso complicou muito”, explicou. “Sabíamos que o time tava caindo de rendimento no campeonato e que pra subir, subiríamos no sufoco, mas no final foi pior do que esperávamos”, completou.
Diário do Pará
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