
Em meio ao enorme plantel bicolor, ninguém sentiu tanto a eliminação da Série C e a chance do acesso escapar por entre os dedos quanto Zé Augusto, atacante com 14 anos de serviços prestados ao clube e uma identificação com o azul e branco que vai além do entendimento de muitos dos colegas de equipe. Das glórias aos desastres recentes, viveu tudo o que podia ser vivido e, por isso, tem certeza: deveria ter jogado, domingo.
Com a voz embargada, principalmente pela tristeza difícil de esconder, o jogador atendeu nossa equipe e não teve dúvidas. “Nos últimos anos, essa foi a maior decepção vivida pelo Paysandu”. Não apenas por ser derrotado dentro de uma Curuzu lotada, onde o time não perdia há mais de dois anos, mas principalmente pela postura apática de alguns jogadores. “O time – em especial alguns jogadores que a gente sabe que têm muita qualidade –, acabou não apresentando o que estamos acostumados a ver. Cada um de nós (jogadores) viu o que fez e o que o colega fez”, dispara o atacante, sem citar nomes.
Seguindo essa linha, Zé tem certeza de que essa era uma partida em que poderia ajudar o Paysandu. “Nos jogos em que a gente precisa de garra, de determinação, eu costumo ajudar muito. Não apenas com gol, mas incendiando a equipe, a torcida. Alguns torcedores inclusive pediram pra eu entrar”, recorda.
A derrota, que segundo o jogador serve como uma lição para si e para os colegas, onde quer que joguem daqui para frente, deixou também uma imagem difícil de apagar da memória: a de um estádio lotado e frustrado. “O que a gente fica mais triste é de ver os torcedores extremamente decepcionados. Eles não mereciam isso”, conclui o jogador, que em 2011 completa 15 anos de Curuzu.
Diário do Pará
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