Os poetas, compositores, jornalistas, para escrever e desenvolverem seus textos, precisam e devem estar inspirados e a partir daí captar e escrever o que a inspiração lhes dita. Como não me enquadro em nenhuma dessas classes, a dificuldade ainda é maior para escrever um texto sem estar inspirado.
O domingo passado, após a derrota para o Independente dentro de nossa casa, de nosso caldeirão vazio, me deixou triste, muito triste. Tristeza bem maior do que a sentida naquela noite em que perdemos dentro de nossos domínios para o Boca Juniores, uma partida que tínhamos a certeza de que havíamos ganhado antes mesmo dela começar, lembram?
Assim foi o meu domingo à tarde. Fim de tarde de um domingo sombrio. Céu nublado, e eu ali do camarote, após o apito final do árbitro, assistindo nossa pequena torcida saindo de cabeça baixa, triste, magoada, humilhada com o que tinha testemunhado nos noventa minutos do jogo. De repente, comecei a sentir escorrer algo em meu rosto, como se fosse suor, como se eu estivesse dentro do gramado participado daquele jogo, corrido os noventa minutos. Mas logo caí na real. Não era suor, eram dois fios de lagrimas que corriam de meus olhos. Nunca havia acontecido isso comigo ao longo de mais de quarenta anos que torço pelo meu, pelo nosso Paysandu. Mas só foi um forte sinal de que estamos no fundo do poço e de lá precisamos sair, é muito perigoso estar onde estamos.
Ao final do jogo, uma torcida “organizada” que já mudou de nome, mas não de integrantes e atitudes, se postou por trás do túnel e começou a protestar diretamente para com o jogador Ari e o treinador Sérgio Cosme. Ainda do camarote pensei: Será que esses são os grandes culpados, os vilões? Será que os verdadeiros culpados por tudo aquilo, pela derrota, estavam ali dentro das quatro linhas? Será que não estamos sendo injustos com aqueles dois seres humanos? Será que não estamos os destruindo?
Pois bem, afirmo a todos vocês que os verdadeiros culpados não estavam ali, estavam confortavelmente em suas cabines, cadeiras cativas, no conforte de seus lares, assistindo tudo àquilo.
Cadê a turma do “BEM”? O grupo que colocou o LOP no cargo de presidente e que o abandonou. Será que só agora depois do término de seu primeiro mandato descobriu que não tem condições de conduzir os destinos do clube? Não, meus amigos, cabe a vocês prestarem socorro ao presidente, assumirem esse mandato junto com ele, independente de vaidades, se unirem em favor do nosso Clube, afinal, vocês foram importantes na vitória da chapa “Arnaldo Moraes Filho”. Vocês definiram as eleições a seu favor. Vocês têm um compromisso assumido com essa grande Nação durante a campanha eleitoral. Assumam e incorporem isso, arregacem as mangas e mãos à obra que o LOP os espera.
Logo depois do jogo, a natureza não me deixou sozinho, foi solidária, chorou junto comigo, ou melhor,com todos nós que amamos o nosso querido Paysandu.
Ubirajara Lima
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