Foi no dia em que o time alviceleste pôs fim ao tabu de trinta e três jogos sem vencer o maior rival. Além desta proeza, ele também coleciona outras cinco vitórias sobre os azulinos no comando da equipe.
Foram mais de quatro anos sem comemorar uma vitória sobre os remistas. De janeiro de 1993 a junho de 1997, o Leão manteve uma invencibilidade histórica diante do Papão. Durante aquele período, o treinador do alviazul lembra que os bicolores mal podiam sair às ruas da grande Belém, porque além da cobrança da própria torcida, a rivalidade estava muito acirrada, o que gerava muita gozação. “Só falavam em 33, 33, 33, então aquilo chateava a todo mundo”, revela. Convidado por Ricardo Rezende para dirigir o time numa de suas primeiras experiências como técnico, Nad explica que aquela equipe do Paysandu era muito forte, mas na hora dos clássicos os bicolores não tinham sorte. “Como a pressão era muito forte e só falavam no tabu, quando a equipe ia a campo, a cobrança e todo mundo dizendo ‘tem que vencer, tem que vencer’, afetavam o psicológico de todo mundo. Então prejudicava a atuação do time. Mas, nesse jogo a gente conseguiu vencer por 2 a 1, com um gol do Vagner”, recorda o técnico.
É só deixar trabalhar e dar condições...
Na temporada 2011 quatro técnicos tiveram passagens curtas pela Curuzu, antes do início da era Nad. Sérgio Cosme, Roberto Fernandes, Edson Gaúcho e Andrade atuaram no comando da equipe bicolor, mas três deles não conseguiram resultados positivos e acabaram demitidos, como acontece tradicionalmente no clube bicolor. A exceção foi Gaúcho, que obteve a melhor sequência, mas teve o mesmo destino dos outros porque se envolveu numa polêmica briga com jogadores. Depois de quatro investimentos sem nenhum retorno e um alto prejuízo financeiro, a direção alviceleste decidiu apostar no treinador regional: Nad saiu do comando das categorias de base para ficar à frente da equipe profissional.
O atual técnico do Papão considera normal a pressão sofrida pelos profissionais que ocupam tal cargo, sobretudo os regionais, embora Nad seja baiano. Contudo, ele conta que quando era jogador, na década de 1980, trabalhou com vários treinadores locais, inclusive ganhando títulos. “Foi assim com Miguel e Dias Renato; o Mangaba também foi meu treinador, fomos campeões como um time praticamente só prata da casa. Então, tive vários treinadores”, explica, fazendo uma lista de treinadores locais que, na análise dele, deram certo. “O Sinomar (Naves) foi campeão aqui trabalhando com vários garotos; Samuel (Cândido) também trabalhou com alguns meninos que haviam chegado da Copa São Paulo e também foi campeão; o mesmo aconteceu com o Charles (Guerreiro). Então, eu acho que isso já foi quebrado há bastante tempo”, opina.
Para Nad, basta dar condições de trabalho, confiar nos profissionais que existem em Belém e ter muita paciência, porque às vezes um grupo jovem, como é o caso do atual elenco do Paysandu, ainda precisa assimilar o trabalho, a reformulação do plantel, a reestruturação e o projeto do clube. “Eles estão empenhados no trabalho, isso me deixa muito feliz. A gente espera que eles continuem com essa mesma alegria”, ressalta o treinador.
Diário do Pará
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