Em 2012, ele está de volta, após passar cerca de dois meses emprestado ao Fortaleza (CE). O jogador promete mostrar o bom futebol, mas, afinal, por que o Potiguar de 2011 não foi o mesmo de 2010? “Uns falam que ele pode ter se deixado levar talvez pela alta valorização que ele teve aqui, devido à participação dele em 2010, que foi muito boa. Outros dizem que ele se deixou levar por noitada, mulherada, perdeu para a bebida”, explica o auxiliar técnico, Ricardo Lecheva. Para ele, Thiago ficou vislumbrado por ter saído de um centro bem modesto, Currais Novos (RN), e se transformado no principal destaque do
Paysandu e ídolo da torcida em pouco tempo. A opinião de Lecheva é compartilhada pelo presidente Luiz Omar Pinheiro. “Ele se tornou em Belém um ídolo. O Thiago nunca havia vivido isso em lugar nenhum. Esse foco que se dá em todo o lugar em que a imprensa é forte, fez com que a condição dele ‘subisse para a cabeça’. Ele, por pouca, talvez, experiência, se deixou levar por isso e esqueceu da prática do futebol”.
Outros comentários referentes à queda de rendimento de Potiguar são a respeito de baladas e bebidas. Lecheva concorda que o atleta tenha uma vida social como qualquer cidadão comum, mas por ser jogador de futebol precisa ter um limite. “É preciso saber dosar isso, não pode extrapolar. Eu acho que o Thiago não teve problemas de extrapolar, esse negócio de estar perdendo horas de sono, de cair na noitada, ir para festa, bebendo”, confia. Já o preparador físico, Antônio Pompeu, que acompanhou as duas passagens anteriores de Potiguar no Paysandu, afirma que o problema do jogador não é físico. “Ele precisa esquecer o extracampo, porque o extracampo dele não é recomendável. Não sabemos o que aconteceu exatamente, mas com certeza algo de errado ele estava fazendo, porque veio numa condição física muito abaixo da que ele viajou para a China”, acusa.
Acabou tua a mordomia, jogador!
“O Thiago vai ter de brigar pelo espaço dele. Tudo que ele construiu e conquistou jogando com a camisa do Paysandu em 2010, ele perdeu, jogou fora no ano passado. Hoje, o Potiguar é visto com dúvidas, deixou de ser aquele atleta prestigiado. Ele vai ter de lutar, correr atrás do espaço dele”. As palavras do auxiliar técnico do Paysandu, Ricardo Lecheva, mostram que Thiago Potiguar vai precisar mostrar serviço para ganhar a titularidade na equipe bicolor.
Apesar de não ter jogado bem a temporada anterior, o jogador ainda passa confiança, porém. “Ele pediu para voltar, mesmo com opinião contrária de alguns membros da diretoria, até mesmo de uma parte da torcida. Nós apostamos novamente nele e agora ele vai precisar fazer valer essa confiança que a gente vem depositando nele. Mas os meias estão fazendo um bom campeonato, vem atendendo aquilo que a gente pede, então ele vai ter de correr e correr muito para reconquistar o seu espaço”, ressalta Lecheva.
O preparador físico do Papão, Antônio Pompeu, diz que Thiago precisa se conscientizar de que o momento dele não é bom. “Ele precisa trabalhar em cima das limitações dele. A gente já iniciou uma avaliação física com ele. O Potiguar não está mal fisicamente, mas precisa se cuidar fora de campo. Tem de estar focado, porque estamos dispostos a ajudar”, destaca.
Missão: resgatar o bom e velho Thiago Potiguar
Para o técnico Nad, a comissão técnica precisa trabalhar na tentativa de recuperar aquilo que o meio-campista Thiago Potiguar perdeu na segunda passagem dele pelo Paysandu. O treinador do Papão, aliás, foi um dos principais responsáveis pelo retorno do atleta à Curuzu por confiar no potencial do jogador.
“Vamos trabalhar em cima dele. É um jogador que vai nos ajudar muito, eu tenho certeza disso. O Potiguar está querendo, está disposto a recuperar aquele respeito conquistado junto ao torcedor, à imprensa e ao pessoal da diretoria. Ele está focado, está com um objetivo, eu tenho certeza que dentro de campo ele vai voltar a ser aquele Potiguar”, aposta Nad. O auxiliar Ricardo Lecheva avisa que a comissão técnica será bem direta com o jogador. “Vamos ter uma conversa bem clara, de homem para homem, de ex-atleta para atleta, não só para saber das dificuldades que ele encontrou aqui no ano passado, como também para passar um pouco da nossa experiência vivida no futebol para que ele possa voltar a ser aquele Thiago de 2010”, acredita.
Já o próprio Thiago Potiguar ressalta que sabe jogar futebol e que provou isso há dois anos. Agora, em 2012, promete ser totalmente diferente. “Peço à torcida que confie em mim, que vai dar tudo certo esse ano. Em 2010, eu fiz um baita de um campeonato, na série C fui excelente. Preciso conquistar esse torcedor que hoje não acredita mais em mim. Foi por isso que eu quis voltar, para provar que o Thiago desse ano ainda tem futebol para mostrar”, promete.
O jogador também acredita que precisava da confiança por parte do treinador. “Tanto com o Roberto (Fernandes), como com o (Edson) Gaúcho eu não tive muita chance. Acho que com ele agora vai ser diferente. O Nad sabe do meu potencial, coisa que os outros não viram”, finaliza.
EM NÚMEROS
2010 Foi o ano de Thiago Potiguar. Ele foi considerado o melhor jogador do Paysandu na temporada, que culminou com o título do Parazão e com uma participação significativa na série C.
2011 Thiago foi apenas um figurante na equipe que iniciou sob o comando de Roberto Fernandes, passou pelas mãos de Edson Gaúcho e terminou com Andrade.
2014 O contrato de Thiago Potiguar com o Paysandu vai até 2014. Ele foi emprestado ao Fortaleza (CE) com três meses de salários atrasados.
Diário do Pará
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