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domingo, 15 de abril de 2012

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Quem pôde acompanhar o futebol paraense nas décadas de 1980 e 1990 viu uma supremacia do Clube do Remo sobre o Paysandu em confrontos diretos. Foram nos anos 1990 que o escrete azulino aplicou o tabu de 33 jogos sem perder para o arquirrival. Se dentro de campo, o Papão não vinha correspondendo o esperado, nas arquibancadas, os torcedores bicolores não arredaram o pé em nenhum instante, segurando as mágoas e recebendo o título de Fiel.
E com a torcida do lado, o Paysandu conseguiu se reerguer e escrever, nos anos 2000, uma página linda em sua história, conquistando a Série B do Campeonato Brasileiro, a Copa Norte, a Copa Campeão dos Campeões e ainda disputou a Taça Libertadores da América, feito único para uma equipe da região norte do país.
Porém, no final dos anos 2000, até hoje, motivado pela queda vertiginosa do Papão para as últimas divisões do Campeonato Brasileiro, o torcedor bicolor deixou de frequentar, como outrora, os jogos na Curuzu e quando comparecia era de forma birrenta, reclamando e vaiando o time o tempo todo – bem diferente do adversário do outro lado da Avenida Almirante Barroso, que mesmo com o Remo sem divisão no certame nacional vê o seu torcedor comparecendo em peso aos jogos da equipe em Belém e no interior.
Para o bicolor Alessandro Mello, 42 anos, há uma explicação. “A impaciência está, também, pelo longo tempo de decepções na Série C”, completou. João Carlos, 25 anos, é outro torcedor do Paysandu que corrobora com o discurso de “torcida mal acostumada”, porém, o bicolor faz uma ressalva: as supostas contradições entre público presente e o que é divulgado no borderô. “No jogo contra o Sport, visivelmente, tinha em torno de 20.000 torcedores”, declarou. “É um absurdo. Tem que ser mais transparente”, cobrou João Carlos.

Diário do Pará

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