domingo, 4 de novembro de 2012

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Nessa reta final de Série C, um antigo problema do Paysandu e do futebol paraense voltou a assolar a Curuzu. Os salários atrasados já prejudicaram sobremaneira o Papão em outras oportunidades, minando qualquer tipo de bom ambiente que pudesse haver. O roteiro é geralmente esse no futebol, com final quase sempre igual, com os objetivos não alcançados. O volante Vânderson já viveu essa experiência. Aliás, aos 33 anos ele já viu o que o esporte dá de bom e de ruim. Ele sabe que problemas de pagamento são frequentes no meio, daí a necessidade dos jogadores se conscientizarem que a carreira é curta e tem que ser bem planejada.

Ao deixar o Paysandu, o jogador rodou por alguns clubes até chegar ao Vitória-BA, onde passou cinco anos e é a outra camisa além da bicolor com a qual mais se identificou. Ele deixou a serra gaúcha, onde defendia o Juventude-RS, para defender o rubro-negro da boa terra. Foi uma mudança brusca, uma toca da Série A pela C que, no final, mostrou-se certeira.

É esse o pensamento que ele defende no Paysandu, no foco na carreira e o quanto defender um clube de massa pode trazer benefícios futuros. É claro que é mais fácil fazer esse planejamento quando a aposta é num clube grande, de massa e com fama de ter as finanças em ordem. Mas não são raros os exemplos de atletas que fazem essa aposta para o futuro e se deram bem.

Perto do momento de pensar no que vai fazer após a carreira de jogador, o cabeça-de-área teve uma grande virada nesse segundo semestre. Desde seu retorno à Curuzu, ano passado, ele convivia com desconfiança da torcida, que não via mais nele aquele jogador da primeira passagem pelo clube, época de ouro do Paysandu. Mas nessa Série C ele deu a volta por cima e, bem fisicamente, conseguiu ser um dos homens mais importantes do Papão na competição.

O que é certo é que Vânderson tem algo muito bem definido em relação ao adeus ao futebol. Quando o fizer, não será vestindo azul e branco ou vermelho e preto, será em amarelo e preto. Se depender dele, será com a camisa do Castanhal, clube onde começou e onde o filho dá os primeiros passos na base, que ele quer dar seus últimos chutes.


Esse grupo é melhor que os anteriores que disputaram a Série C pelo Paysandu? No que ele é diferente?
O que eu vejo é que esse grupo não tem nenhuma estrela, ninguém já consagrado na carreira. Pelo contrário, com jogadores querendo fazer história, até quem veio de fora quer mostrar serviço para vencer na carreira. Fiquei muito feliz da vinda do Givanildo e triste quando ele saiu. Sou suspeito para falar dele, mas ele saiu porque viu que não estava indo bem. Também sou suspeito para falar do cara que ele indicou. Sou amigo do Lecheva e ele vem sabendo trazer o elenco, tirar o melhor de cada um.


Os jogadores mais jovens ou sem experiência em clubes de massa sabem o que um acesso com a camisa do Paysandu pode significar na carreira deles?
A gente entra no refeitório e vê aquelas fotos de jogadores que venceram aqui no Paysandu, como Quarentinha, Nad, Edgar, até eu mesmo estou lá naquele time fantástico da Libertadores. Isso me deixa muito feliz e honrado. É isso que falo aos mais novos, sobre essa possibilidade de valorização profissional que o Paysandu dá.

E eles, os mais jovens, entendem isso?
Eu converso bastante com os mais novos sobre o prosseguimento da carreira deles. O Paysandu passa por dificuldades financeiras e isso não é de hoje, por isso tem que ter a cabeça no lugar para se valorizar profissionalmente.

A sua trajetória serve de exemplo para eles?
Não sei, talvez sim. Eu saí do Juventude, que estava na Série A, e fui para o Vitória, na Série C. Me chamavam de louco, mas sabia muito bem o que estava fazendo. Conseguimos dois acessos seguidos e saímos da terceira divisão para a primeira. Sabia a responsabilidade que tinha e até hoje a torcida do Vitória tem carinho por mim. Então, o que se faz aqui fica marcado para o resto da carreira, um acesso então, nem se fala.

No começo do ano você deu a entender que esse poderia ser seu último na Curuzu. É o término da carreira ou apenas o fim da linha com a camisa do Paysandu?
Não é bem assim, não sei se consegui me expressar bem. O que quis dizer é que se eu ver que não estou ajudando e sim atrapalhando, sairia. Quero sempre o bem do Paysandu. Tenho 33 anos e desde os 30 tenho me preparado mais ainda. Tenho muita coisa a oferecer ao futebol.

O fim da carreira seria na Curuzu ou no Barradão?
Quero encerrar a carreira no Castanhal, onde comecei e recebi muito apoio. É um sonho meu e tenho certeza que um dia vou voltar a vestir a camisa do Japiim.

Amazônia Jornal

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