quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mais de 200 bicolores estiveram ontem no salão nobre da sede social do Paysandu, na mais concorrida cerimônia de posse do clube quase centenário. O público podia até ser pequeno diante da quantidade de bicolores que Vandick Lima teve reunidos para assistir seus gols. Mas, ontem, enquanto ele assinou o livro que sacramentou sua posse no cargo de presidente do Papão, garantiu que nenhuma emoção sentida antes fora igual. Ele e o vice, Sérgio Serra, prometeram aos torcedores do Paysandu trabalhar pela grandeza do clube e entregá-lo em condição ainda melhor do que a que receberam daqui a dois anos.

O primeiro jogador a assumir a presidência do Paysandu, Vandick, reuniu diversas gerações de torcedores. O clima era festivo e o ambiente era composto por um telão que passava gols da trajetória do Paysandu na Copa dos Campeões, músicas alusivas ao clube, e a presença de bicolores ilustres, que se animavam com a possibilidade de ver a história de 99 anos ganhar uma página inédita. "O Vandick é um ex-jogador que em campo viveu as maiores glórias do Paysandu. Isso lhe dá a visão ideal para buscar o melhor para o clube", disse o também ex-jogador Quarentinha.

Para empossá-lo no cargo que ele próprio disse sonhar em assumir, Vandick participou de uma mesa composta por vários bicolores ilustres e autoridades, como o presidente do conselho deliberativo, José Siqueira Mendes, o ex-presidente Luís Omar Pinheiro, o grande benemérito Abílio Couceiro, Antonio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, e Marcos Eiró, titular da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), que representou o governador Simão Jatene.

Antes de a cerimônia ser iniciada, o cerimonialista pediu silêncio para que o Hino Nacional fosse executado. Porém, o que se ouviu foi a marchinha que, para os torcedores, é o hino da Nação Bicolor, causando risos na plateia. Plateia que, minutos depois, Vandick comparou à torcida bicolor em um dia de jogo importante na Curuzu. Plateia que viveu momentos de Re x Pa ontem, quando o presidente do Remo, Sérgio Cabeça, e seu diretor de futebol, Sérgio Dias, passaram pelo salão para desejar boa sorte aos rivais, na medida do possível.

Aberta a sessão, que não parecia ordinária, deu-se início a uma retrospectiva da história recente do Papão, aberta por Luís Omar Pinheiro. O ex-presidente lembrou a condição na qual assumiu o clube, com grandes chances de não ter um calendário no segundo semestre, e com Miguel Pinho, então presidente, hospitalizado. "Na noite da minha posse já tive que intervir em uma discussão entre dois diretores sobre o técnico que deveria assumir", disse.

Depois, Ubirajara Lima, que agora dirige a base do clube, lembrou o dia que Vandick teve sua contratação definida, em abril de 2001, de sua trajetória como atleta - que incluiu um jejum de gols no início que o fez pedir para deixar o clube, não sendo atendido pela diretoria -, de sua amizade com Géssica, garota que sofria de leucemia e que o então jogador acolheu como uma filha.

Tantos depoimentos fizeram Vandick se emocionar antes de assumir a palavra - o que não o impediu de fazer, com o microfone, o que fazia com a bola: chamar a responsabilidade. "Sabia que esta seria uma noite de emoção. Nunca escondi o sonho de chegar à presidência do Paysandu, clube onde consegui alegrias e foi o mais importantes dos 15 por onde passei em minha carreira. O orgulho que sinto por chegar aqui nunca vai virar vaidade por ser o primeiro ex-jogador e presidente. O que a torcida pode esperar é responsabilidade. De tudo farei para não decepcionar. Quero retribuir tudo o que o Paysandu me deu", disse, para receber sua primeira salva de palmas como presidente.

Amazônia Jornal

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