quinta-feira, 18 de julho de 2013

Info Post
Jornalista Sidney Garambone aproveita visita a Belém para conhecer um pouco mais do futebol paraense, e fala das suas impressões.

O 0x0 é infame. Não à toa, o saudoso jornalista Nelson Rodrigues defendia que os clubes deveriam devolver o dinheiro do ingresso quando o placar permanecesse virgem até o fim do jogo.
Sorte minha que o 0x0 se deu no Mangueirão, para onde fiz questão de ir durante uma estadia curta em Belém para uma visita à TV Liberal. Por mais que muita gente goste de chamar oficialmente de Estádio Olímpico do Pará, nada melhor do que avisar em casa: “Eu vou para o Mangueirão.”

Torcida do Paysandu compareceu em bom número ao Mangueirão (Foto: Sidney Garambone)
O Mangueirão tem alma. Tem formas sinuosas. Seduz. A linha da arquibancada sobe e desce, assim como o ritmo do coração dos torcedores. Nesta quarta à noite, tinha decisão da Recopa e da Libertadores, mas para a torcida bicolor, importante era vencer o Atlético-PR na partida de ida da Copa do Brasil.
A massa entendeu a missão e apoiou. Os quase 13 mil torcedores incentivaram e não vaiaram. Empurraram o time até o último minuto, quando a cabeçada de João Neto beijou a trave em vez de acariciar a rede.
Era jogo de um time da série B contra um time da série A. Mas o Papão driblou suas limitações e tentou, tentou, tentou. Não havia Rafael Oliveira e Marcelo Nicácio no banco para Givanildo tentar resolver o jogo. O Paysandu jogou melhor, mas o Furacão de Curitiba era perigosíssimo no contra-ataque. Se o placar contasse quase-gol, o Paysandu teria vencido por 2 x 1. Raul e João Neto quase marcaram e Manoel parou numa defesa incrível de Marcelo.

Torcedor fez filho récem-nascido virar sócio do
clube (Foto: Sidney Garambone)
Mas a noite era de visita ao Mangueirão. Pelos caminhos da arquibancada, duas frases me eram dirigidas com freqüência. “Por que Belém não é sede da Copa?” e “Tá vendo porque Belém não é sede da Copa?”. Assim como em outros estádios e em outros grandes clubes no Brasil, é fácil perceber o desperdício de oportunidades. O Paysandu, com criatividade e esforço, poderia ganhar dinheiro com o próprio nome.
A começar pelo estacionamento, ao lado do estádio, dominado pelos flanelinhas que cobram o que querem e ponto final. Será tão difícil cercar a área, uniformizar gente capacitada e cobrar um preço justo que acabe nos cofres do clube? Tem mais. Passei na loja do clube 18h25 para comprar produtos bicolores. Em vão. Em dia de jogo fecha mais cedo. Achei que seria ao contrário.

E o Iarley? Craque de bola. Veterano e capaz de clarear uma jogada como poucos. Voltou para o Paysandu e ainda não ganhou um projeto de marketing mínimo. Uma camisa especial, encontro com crianças e campanhas para adesão de sócios. Liga para a Puma, diretoria, e sugere. Ainda há muita água para rolar na série B. O trio Nicácio, Pikachu e Iarley, turbinado com os passes do “maestro” Eduardo Ramos, podem aumentar ainda mais a paixão da torcida.

Belém ama futebol e respira futebol. Vou embora feliz por ter reencontrado amigos e feito novos. Vou embora saudoso porque é uma delícia assistir a um jogo no Mangueirão. E triste porque a Copa não vai passar por aqui. E mais triste ainda com a situação atual do Remo. Ainda à espera de uma possível participação na série D, o clube agoniza num vácuo terrível. Tanta história, tantos títulos e tanta torcida não mereciam esta privação. Até o Paysandu sabe disso. Um depende do outro. E Belém merece dois tons de azuis. Sempre.

globoesporte.com

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