Leão e Papão disputam clássico de número 700

Lembrando um reggae, o Paysandu está a dois passos do paraíso. Já o Remo, com o perdão do poeta, está a dois passos do limbo, do inferno. É este o cenário para o clássico Re-Pa de número 700, o mais disputado do país, válido pela semifinal do segundo turno, equivalente à Taça Estado do Pará. Hoje, às 16h, quando a bola rolar no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, para mais um confronto entre os rivais, o favoritismo, como de praxe, é um assunto tratado com temor. Tanto bicolores quanto azulinos não querem carregar o fardo.

Aliás, a tendência mais observada, embora com receio até entre os bicolores, é de comemoração do Paysandu do “sargentão” Edson Gaúcho. Até porque a vantagem do empate é do campeão do primeiro turno, que alçou a segunda colocação na fase classificatória do returno.

No decorrer do Estadual, o Papão provou que planejamento e sucesso andam juntos. Foi a equipe que iniciou a preparação para o Parazão mais cedo e, por algumas oportunidades, sobrou.

Jogará tranqüilo, com vaga assegurada na decisão do Parazão 2009 e diante do entusiasmo extremado em manter o mini-tabu sobre o rival: são dois jogos sem derrotas. Será que, a exemplo do último clássico, quando venceu por 1 a 0, com gol do atacante Zé Augusto e pouco teve a vitória ameaçada, vai sobrar hoje também?

Se a resposta for positiva, o alviazul seguirá na luta pela conquista dos dois turnos e eliminar a decisão extra, prevista no regulamento, caso haja campeões distintos de turno.

Ao Leão, que pagou um preço caro por conta das suas irregularidades, sendo apenas o terceiro colocado na fase anterior, só resta a vitória logo mais.

Caso contrário, o caos estará consumado. Numa hipótese pessimista para o clube, o Remo será alijado da disputa por uma vaga ao Brasileiro da Série D e desativará o futebol profissional, até segunda ordem. No entanto, alguém há de duvidar da força do Remo? É fato que as teorias negativas ganharam novos capítulos após a eliminação prematura da Copa do Brasil, frente ao Flamengo. Mas hoje é o jogo do ano. Vale a moral, vale a tradição e vale a sobrevivência. Por isso, palavras como abalo emocional foram chutadas para longe. Resta a concentração máxima.

O domingo de Páscoa será recheado para um dos titãs do futebol paraense. Mesmo com um empate, haverá um vencedor e um perdedor. Resta saber quem. Todos estão convidados!

(Diário do Pará)

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