Na conquista do primeiro turno do Campeonato Paraense e nos dois primeiros jogos do returno, o Paysandu teve alguns destaques individuais. O principal deles foi o meia Sandro, "dono do time", mas também há o meia Thiago Potiguar, os zagueiros Leandro Camilo e Paulão e, obviamente, o atacante Moisés, artilheiro da competição ao lado do azulino Marciano e principal revelação de 2010 do futebol paraense. Mas, um jogador em especial tem primado pela regularidade, simplicidade e confiabilidade: o goleiro Alexandre Fávaro.
Aos 32 anos, o jogador é aquele que tem a confiança irrestrita da torcida bicolor. Foi principalmente com suas defesas decisivas nos jogos contra o Independente e nos dois com o Remo que o Papão conseguiu chegar à vaga na decisão e garantir presença na Copa do Brasil do ano que vem.
Os verdadeiros "milagres" que vem operando nas últimas partidas - inclusive nos dois confrontos com o Palmeiras-SP pela Copa do Brasil - já fazem com que a Fiel comece a fazer troça com os adversários. Para os bicolores, o Paredão de verdade do futebol paraense está na Curuzu, alusão ao apelido dado pelos torcedores do Remo ao goleiro Adriano.
Comparações à parte - já que o goleiro do Remo também vem bem e é um dos responsáveis pelos resultados do time não serem piores ainda -, a torcida bicolor por Fávaro tem algumas explicações. A primeira, é claro, é a qualidade técnica que tem. Se não estivesse pegando tudo, não seria exaltado. Mas, diferentemente do maior rival, que tem uma camisa um desde 2006, com total identificação, os bicolores não viviam essa sensação desde Ronaldo, goleiro que passou doze anos no clube, entre idas e vindas da titularidade.
Fávaro voltou esse ano ao Paysandu depois de cinco anos afastado. Ele esteve no Lêonidas Castro entre 2003 e 2005, época em que o time paraense disputava a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Ou seja, já era alguém identificado com a torcida.
O goleiro é, ao lado do volante Tácio, quem mais defendeu o Papão esse ano. Das 16 partidas do Paysandu pelo Campeonato Paraense (12) e Copa do Brasil (4), ele só não foi escalado uma vez. Na última rodada do Parazão ele cumpriu suspensão automática, dando lugar a Ney. O reserva foi muito bem na partida, mas ninguém imagina a menor possibilidade de Fávaro perder a camisa um.
"Trabalho para ajudar o Paysandu. O bom momento é reflexo do bom momento do time. Tomara que continue assim e consigamos chegar aos nossos objetivos. Primeiramente o Campeonato Paraense e, depois, a Série C", diz Fávaro.
Preparador e técnico não poupam elogios ao camisa 1
Ao lado dele e de Ney está a figura sempre presente do preparador de goleiro Édson Cimento. Bola de Prata da Revista Placar em 1977, quando jogador, Cimento foi preparador de goleiros do Leão Azul por anos até transferir-se para o Paysandu, ano passado. Ele faz o discurso padrão, exaltando quem está com ele. "Tanto o Alexandre quanto o Ney estão em excelente forma. O Paysandu está bem servido na posição e quem vir a ser escalado vai sempre fazer um bom trabalho".
O técnico Charles Guerreiro é um pouco mais entusiasmado no elogio. "O Alexandre vem passando por uma excelente fase e tem sido decisivo em muitas partidas. Nós estamos bem servidos na posição e todo grande time começa com um grande goleiro".
Fávaro tem como principal qualidade a boa colocação, o que faz dele um goleiro com poucas defesas espetaculares, daquelas plasticamente bonitas. Mas, a boa colocação é aliada a bons reflexos e boa saída do gol. Não foram poucas as defesas à queima-roupa ou então em lances em que o atacante invadiu a área sozinho. Esse tipo de lance, citado por último, em particular, valeu o primeiro turno quando ele defendeu chutes dos azulinos Vélber e Marciano em situações em que a torcida já dava como certos os gols.
"Procuro me colocar bem e estar preparado em todos os lances. Futebol não tem segredo e, no nosso caso, o dos goleiros, a gente tem é que treinar muito. Numa partida a bola pode demorar para chegar e até chegar poucas vezes, mas temos que estar preparados sempre", explica o goleiro.
Amazônia Jornal
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