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domingo, 4 de abril de 2010


Bruno batalhou muito e se apegou com Deus para ganhar espaço no Bicola

No dia em que se comemora o renascimento de Cristo, a reportagem do Bola foi atrás do atacante Bruno Rangel, 28 anos. O carioca que chegou ao Paysandu no dia 4 de dezembro passado, ainda na época de Nasareno Silva, e jogava no Águia de Marabá. O bom futebol que o atleta apresentava encheu de expectativa a Fiel Bicolor, mas, Rangel reconhece, sentiu a mudança de ares e demorou a se encontrar. Hoje, devidamente “ressuscitado”, o profissional comemora a boa fase na carreira e fala que se apegou na religião nos momentos mais difíceis, quando as temidas listas de corte rondavam a Curuzu.

Bola - Como tu lidas com essa instabilidade na carreira de jogador?

Rangel - É muito de momento, muitas vezes você começa mal, ainda não está identificado com o clube, com a torcida e isso atrapalha. Quando eu cheguei ao Paysandu o público esperava muito de mim, pelo meu histórico no futebol do Pará, mas eu cheguei e não estava bem fisicamente, tive pouco tempo para treinar e ajudar o clube.

Bola - Então como foi esse início no Paysandu?

Rangel - Eu cheguei no dia 4 de dezembro (2009) e treinei até o dia 14, aí teve aquele Re-Pa que a gente perdeu. Depois teve outra parada de fim de ano e isso prejudicou. Eu sabia que tinha que sair do time, porque o Luciano Dias fez gol (contra o Ananindeua), o Zé (Augusto) estava em um momento bom, mas aí nem fui para o banco, fiquei alguns jogos fora e só voltei contra o São Raimundo. Nem era relacionado, foi nesse tempo que trabalhei forte.

Bola - E a pressão da Fiel?

Rangel - É complicada, mas a gente está um pouco acostumado. O torcedor é apaixonado pelo clube, a gente procura entender o lado dele. Eles têm o direito de aplaudir, de criticar.

Bola - Falando em torcedores, eu conversei com alguns antes de te entrevistar e um deles pediu que eu te perguntasse o motivo de falhares em tantos chutes?

Rangel - Só erra quem está lá dentro. Se a gente erra é tentando acertar. Eu já fui torcedor e estive no lugar deles, mas agora eu vejo como é diferente falar de fazer.

Bola - A disputa com o Didi pela titularidade no ataque é saudável?

Rangel - A disputa é saudável. O Didi é um cara que tem história no futebol. Ele e o Zé Augusto sempre conversaram comigo, o Zé principalmente me deu muita força naquela época dos cortes.

Bola - Tu chegaste a sentir medo antes de voltar a ter chance no time, em figurar em uma daquelas listas de dispensas?

Rangel - A gente sempre acha que pode ser cortado, foi um momento muito difícil, eu tenho família...

Bola - Qual a tua religião?

Rangel - Sou evangélico. A religião ajuda não só na carreira. Tem que botar Deus na frente de tudo, pois a gente passa por dificuldades. Para você ter uma ideia, eu nem imaginava fazer um gol contra o Palmeiras, isso o mundo todo viu. Teve um amigo meu de Portugal, que entrou em contato para me parabenizar, pois tinha assistido o jogo.

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