Charles comanda um time onde todo mundo quer dar palpite. Até o presidente
A responsabilidade de comandar equipes de grande torcida como o Paysandu em uma decisão é grande. Nas mãos de Charles Guerreiro, hoje está em jogo não apenas a escolha certa dos atletas que vão estar em campo contra o Águia, tampouco as substituições que deve fazer no decorrer dos 90 minutos, ou o esquema tático certo para conseguir triunfar. Acima disso está em jogo o coração de milhares de torcedores alvicelestes que vão para o Zinho Oliveira embalar o time, ou colar os olhos na TV e os ouvidos no radinho para conferir se o resultado do trabalho técnico fez efeito.
A pressão é grande, não há bicolor que não dê um palpite sobre a escalação, forma de jogar, ou posicionamento dos jogadores dentro de campo. Um deles é nada mais, nada menos, que o presidente do clube Luiz Omar Pinheiro, que já fez suas considerações sobre de que maneira o meia Zeziel deve ser colocado na equipe e até deu um recado. “O Charles fica no comando para a Série C, a não ser que ele faça uma lambança, aí eu não vou aguentar”, declarou.
Com tantos ‘técnicos’ do lado de fora, será que Guerreiro dá ouvidos ou faz a linha ‘Dunga’ e paga para ver? “Não, eu sempre procuro escutar. Sabemos que o torcedor entende muito, tanto é que, no futebol paraense, o Tita, quando chegou aqui, falou que realmente a imprensa e a torcida paraense entendem muito de futebol”, elogia.
Mas, apesar de afirmar que escuta os ‘pitacos’ alheios, o ‘professor’ informa que pesa o seu conhecimento do grupo e a confiança nos jogadores. “Procuro sempre ouvir a opinião de amigos sobre a escalação, mas a gente tem que botar o time que a gente vem trabalhando. Eles estão fora, nós estamos aqui dentro”, pontua.
E, pelo visto, muitas coisas pesam na hora da escalação. “Nós sabemos quem está melhor fisicamente, tecnicamente, psicologicamente, tenho que adaptar melhor no esquema tático. Na hora do jogo é uma dificuldade, tem que pensar rápido ali no túnel e botar uma equipe realmente forte, na hora da mudança não se pode errar”, admite, com ar de quem sabe o que é melhor para o grupo.
(Diário do Pará)
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