Uma das grandes dúvidas do torcedor em relação ao jogo de domingo, em que o Paysandu perdeu para o Salgueiro-PE por 3 a 2, foi a presença do centroavante Fernandão no lugar do meia Lúcio, formação que era esperada pela maioria. Após a partida, o técnico Charles Guerreiro afirmou que o meio-campista havia pedido para não entrar jogando. Lúcio questionou a declaração. Ontem à tarde, na reapresentação do elenco na Curuzu, ele afirmou que deve ter havido uma falha de comunicação entre ambos. Confirmou que não tinha condições físicas de aguentar 90 minutos, o que já se sabia. Guerreiro confirmou o que disse antes, mas deu a entender que a versão do atleta é a verdadeira. Ambos rasgaram elogios um ao outro.
"O Lúcio é um grande profissional e uma pessoa maravilhosa. No primeiro jogo ele entrou no segundo tempo e foi muito bem. Eu e o Lecheva já estávamos certos de que ele seria o titular. Na sexta-feira ele estava com dores e nem treinou no sábado. Nós conversamos e ele disse que estava aqui para ajudar, mas não estava bem fisicamente para aguentar 90 minutos, preferindo entrar no intervalo como foi em Salgueiro (PE)", explicou Guerreiro. "Não estou crucificando o Lúcio, mas não poderia colocá-lo desde o começo dessa forma", completou o treinador.
"Em momento algum eu pedi para não jogar. Essa palavra não saiu da minha boca", disse Lúcio. Ele admitiu que a falha de comunicação pode ter partido dele mesmo, que pode não ter se expressado com a clareza que a situação necessitava. "Conversei com o Charles na quinta-feira e ele sabia que eu não teria condições de terminar o jogo. Disse a ele que estava bem e sem dores. Entramos em acordo e disse que jogava quando ele quisesse. Lembrei que poderíamos fazer o mesmo de Salgueiro, mas estava à disposição. Talvez devesse ter dito que queria jogar desde o começo. Acredito que houve uma falha de comunicação."
Lúcio garantiu que pretende permanecer na Curuzu. Segundo ele, há uma dívida de gratidão com o clube quem, mesmo por pouco tempo, ganhou sua admiração. O jogador sabe que sua permanência depende, inclusive, de esclarecer tudo o que aconteceu. "Minha preocupação maior foi esclarecer isso. Gosto muito do Charles e tivemos uma identificação muito grande com ele. Se isso não atrapalhar minha permanência aqui eu gostaria de ficar. Há a sensação de dever não cumprido ainda. Dois jogos é muito pouco para um clube muito grande como o Paysandu. Se tiver a oportunidade de continuar terei muito prazer, até porque me identifiquei muito com o clube, mesmo com o pouco tempo aqui. Estou em dívida com o torcedor e quero pagá-la."
Amazônia Jornal
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