O jogador chega para ser o camisa dez que o técnico Sérgio Cosme tanto pedia desde que foi contratado. Ambos já trabalharam juntos em 2007 no Vila Nova-GO, o que ajudou na vinda dele a Curuzu. Mas, desde que fez dois gols numa atuação de gala num Re x Pa naquela Segundona o meia nunca mais saiu da memória bicolor. Primeiro veio a raiva, depois a admiração com a vontade que ele vestisse azul e branco, o que só acontecerá agora.
Ao lado ele terá meias bem mais jovens, dois deles - Elielson e Djalma - promessas que estão na Copa São Paulo sub-18 e que devem integrar o elenco principal, além de uma jóia bruta chamada Rafael Oliveira que, se bem lapidada, pode vir a ser um grande trunfo para o clube. Na quinta-feira passada ele deu a seguinte entrevista comenta de sua chegada ao Paysandu e o desafio que se segue.
Hoje, mais experiente, dá para desempenhar um papel de líder e até técnico dentro de campo para os mais jovens que estarão a seu lado?
Penso nisso desde os 30 anos, quando começaram a falar que eu estava ficando velho. Isso é moda no futebol e as pessoas que criam isso. Dizem que os mais jovens é que têm que correr. Futebol é igual há anos e quem corre é a bola. É claro que os meninos têm que ser lapidados e nós temos que servir de exemplo, por isso tem que ser um bom exemplo.
Como você encara esse desafio de agora defender o Paysandu?
É um desafio, um prazer voltar aqui agora com uma nova história no Paysandu. Tenho a certeza que vim ajudar o clube a sair desse "quase" dos últimos anos e esse desafio é motivador. Mas, temos que ir com calma e tranquilidade. O imediatismo do futebol brasileiro é complicado. Em dois ou três jogos já querem que você faça um monte de gols, não deixa você trabalhar bem para mostrar o valor. É necessário tempo. Eu estou tranquilo para esse desafio no Paysandu. No Remo foi tudo para ontem e infelizmente não consegui títulos. Aqui não, aqui chego em condições de lutar por títulos e o acesso para a Série B, que é o que a torcida mais quer e acredito que pode acontecer por causa desse elenco que está sendo formado.
Foram apenas pouco mais de 90 dias em Belém e parece que foram anos. O quanto a passagem pelo futebol paraense marcou tua carreira?
Foi muito importante em minha carreira. Apesar de ter jogado em grandes clubes e ter defendido excelentes times, a passagem no futebol paraense foi o que de melhor aconteceu em minha carreira. Foram só três meses, de fato é pouco tempo, mas foram dez gols em 14 jogos, o que é uma boa marca. Esse interesse do Paysandu há muito tempo é gratificante e mostra o respeito que ganhei aqui por causa do profissionalismo que demonstrei dentro de campo. Hoje o torcedor do Paysandu espera mais do que mostrei no Remo e estou preparado para o desafio.
E como explicar para os amigos de fora do Pará a atual situação do futebol local?
É difícil comentar sobre isso. O ruim é ver Salgueiro-PE, Guarani-CE, Ituiutaba-MG e Duque de Caxias na Série B. Com todo respeito que eles merecem, mas num jogo do time da minha terra, o Duque, não dá nem três mil pessoas no estádio. Aqui as equipes são de massa e em jogos nacionais dá 30 mil pessoas fáceis. Times grandes e de massa têm que estar sempre na elite. Espero que esse ano a gente resgate essa alegria do torcedor em ir no estádio e, mais importante, com conquistas.
E o Re x Pa quando vier, vai ser tranquilo?
Acredito que sim. Quando se é uma pessoa correta você só colhe frutos bons. O torcedor do Remo sabe que fui profissional quando estive no Baenão e o do Paysandu também. Ele sabe o que pode esperar de mim. Mas a cobrança começa quando se veste a camisa do Paysandu. É lógico que num clássico ela é maior ainda. Espero que no próximo Re x Pa que disputar eu possa fazer mais ainda do que naquela oportunidade. Hoje estou mais experiente e quem desconfia de mim vai ter a resposta em campo. Sou de poucas palavras e de muito trabalho.
Amazônia Jornal
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