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domingo, 9 de janeiro de 2011

Um dos mais tradicionais clássicos do futebol mundial, com 706 partidas disputadas, o Re x Pa já foi disputado em terras estrangeiras. Coincidentemente, em Paramaribo, onde Leão e Papão passaram os últimos dias. Foram dois jogos, um no final dos anos 70 e outro no meio da década de 80. O Remo teve mais sucesso em terras surinamesas, vencendo um dos clássicos, enquanto o outro terminou empatado.

No primeiro confronto, disputado no dia 3 de fevereiro de 1977 (confira a ficha técnica), azulinos e bicolores não foram além de um empate por 1 a 1. A partida foi disputada no Suriname Stadium, em Suriname. O futebol do Pará vivia, na época, uma de suas fases áureas. Apesar da importância da partida, as diificuldades técnicas daqueles tempos - bem diferente das comodidades de hoje, com Internet, celular e outras tecnologias - não permitiram à imprensa uma cobertura mais apurada do clássico. A ficha técnica publicada pelos jornais da época não registravam muitos detalhes, entre eles, arbitragem, renda, tempo dos gols e cartões.

O gol azulino foi anotado por Mego, que hoje é médico, enquanto Fefeu, aposentado e morando em Icoaraci, fez o gol bicolor. O Leão era comandado pelo técnico Francois Thim, natural do próprio Suriname e que recepcionou azulinos e bicolores. O Papão era dirigido por Celso Marão, treinador bastante rodado no futebol da década de 70. O Leão contava com um time formado praticamente por jogadores paraenses. As exceções eram o goleiro Dico, natural do Espírito Santo, Bira e Zezinho, ambos do Amapá. Diferente do maior rival, o Papão contava com seis atletas importados - Detinho, Da Silva, Albano, Élido, Alípio e Roberto Bacuri - e os outros cinco locais - Chico Alves, Fefeu, Carlinhos, Tuíca e Nílson.

O segundo confronto internacional entre as duas paixões do torcedor paraense aconteceu na década seguinte, em 1984. No dia 6 de maio, o Remo derrotou o Papão, por 3 a 2, com Dadinho, hoje morando em Fortaleza-CE, sendo autor de dois gols azulinos. O outro foi anotado por Roberto Galote, de destino ignorado. Os tentos do adversário foram marcados pelo maranhense Edésio, xodó da Fiel na época, e Cabinho, atacante nascido em Caçador, Santa Catarina. Um detalhe curioso é que o ex-lateral-direito Marinho participou dos dois clássicos, sendo um pelo Leão e o outro pelo Papão.

Bracali, goleiro remista na época, hoje é gerente de futebol do Leão e acompanha o grupo remista em Paramaribo. O treinador do Leão era José Dutra dos Santos, que por muitos anos morou em Belém, mas há algum tempo se mudou para Fortaleza. O Papão era comandado pelo cearense César Moraes, o Guri, irmão do saudoso árbitro Airton Vieira de Moraes, o Sansão. Participaram do torneio de 84, além de Remo e Paysandu, Robin Hood e Producers, ambos do futebol do Suriname. Dadinho terminou a competição como artilheiro - com quatro gols - craque principal

Ex-lateral lembra de ter achado "tudo estranho" na época

"Achei tudo muito estranho." A frase é do ex-lateral-direito Mário Assunção de Carvalho, 58 anos, ao recordar a participação que teve no primeiro Re x Pa disputado em Paramaribo, em 1977. Acostumado a enfrentar o maior rival em estádios lotados, em Belém e cidades do interior do Pará, o ex-jogador disse ter estranhado "a meia dúzia de gatos pingados nas arquibancadas do Suriname Stadium". "Não havia público. O estádio era um silêncio só. Perdia até para dias de treinamentos do nosso time no Baenão", compara. Segundo ele dava para ouvir claramente tudo o que se falava dentro e fora de campo. "Esse detalhe chamou muito a atenção não só minha, mas de todos os jogadores", revela.

Com tantos anos já passados, Marinho não tem muitas recordações do jogo. O mais curioso é que Marinho foi o único jogador a disputar as duas partidas no exterior - a outra em 1984. No primeiro confronto, o ex-lateral atuava pelo Remo e no segundo, já havia atravessado a almirante Barroso para defender o Paysandu. Marinho recorda que na volta a Belém, após o segundo jogo, houve uma grande confusão no aeroporto de Suriname. "Por acaso os jogadores do Paysandu quebraram uma mesa no aeroporto e o governo de lá barrou nossa saída até que o prejuízo fosse pago", lembra.

Segundo Marinho, na época dos dois jogos muitos brasileiros já moravam no país vizinho. "Só que poucos deles eram paraenses. A maioria era de gente de fora, que não tinha nenhuma ligação com o nosso futebol e, sendo assim, preferiu não ir ao estádio", ilustra. O ex-defensor acredita que hoje o número de paraenses é bem maior no Suriname. "Mesmo assim, pelo que vi na televisão, o público de lá continua distante do futebol", observa. Com relação às partidas, Marinho resume da seguinte maneira: "Foram clássicos normais, com a mesma dose de rivalidade, mas como disse, sem torcida".

Campeão paraense cinco vezes pelo Remo (1974/75/77/78/79), uma vez pelo Paysandu (1984), uma vez pela Tuna Luso (1970) e uma vez carioca pelo Fluminense-RJ (1980), Marinho, que já foi preparador de goleiros e treinador, acredita que a dupla Re x Pa de hoje fica devendo "e muito" ao times de Leão e Papão das décadas de 70 e 80. "A gente chegava no Suriname, por exemplo, e vencia fácil. Hoje é uma luta para derrotar os times deles, que continuam amadores", diz, referindo-se a vitória, nos pênaltis, do Paysandu contra o Inter Moengotapoe.

Embora tenha conseguido a maioria de seus títulos locais pelo Remo, Marinho não esconde a sua paixão pela Tuna Luso, onde começou a carreira ao lado de outros grandes ídolos, como Fefeu, Mesquita, Carvalho e Omar. O ex-jogador há tempos não frequenta estádios, mas anuncia que está pensando seriamente e voltar a sentar nas arquibancadas. "E para torcer pela Tuna, que agora vai disputar novamente a fase principal do nosso campeonato", arremata (N. L)

Amazônia Jornal

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2 comentários:

Reginaldo Nery disse...

Valeu Paysandu, o que importa é a vitória,seja em que circustância for, belo começo para o tri-campenato e subida pra segundona, eu confio!

Reginaldo Nery disse...

À torcida do Paysandu, leiam meu blog e me add no orkut e msn, um abraço a todos!
www.regisnerynaldo.blogspot.com
www.regisnerynaldo@hotmail.com