Reserva durante todo o ano passado, o goleiro Ney só conseguiu a sonhada oportunidade quando Alexandre Fávaro teve que se submeter a uma cirurgia em um dos dedos da mão direita. Literalmente, agarrou a chance e não saiu mais do time titular. Mas dois fatores têm feito que a torcida tenha mostrado pouca ou quase nenhuma paciência com ele: 1) o fato de Fávaro ser ídolo e ter tido um 2010 impecável; 2) o mau momento do setor defensivo do time, que tem feito com que o Papão acumule uma média de dois gols sofridos por partida, independente da competição.
Mas na quarta-feira teve sua redenção. Ou, pelo menos, o que promete ser um armistício com parte da torcida que continua a pegar em seu pé. Ao defender uma penalidade aos 37 minutos do segundo tempo, ele garantiu a vitória bicolor sobre o Penarol-AM, na estreia de ambos na Copa do Brasil. Mesmo tendo deixado o campo como herói, Ney prefere não engrandecer demais o fato e exaltar o trabalho do dia a dia na Curuzu.
'Foi um jogo importante para a gente. Quando o Paysandu precisou de mim eu estive bem para ajudar, felizmente. Defender um pênalti depois dos 40 do segundo tempo (como já citado, foi aos 37) não é fácil, é complicado. É fruto de um trabalho que é desenvolvido ao longo de mais de um ano defendendo o Paysandu.'
Ney observou que o time foi alertado para a força do Penarol nas jogadas de bola parada, mas mesmo assim o Papão voltou a bobear em pelo menos um gol, o primeiro. O segundo, uma cobrança de falta direta e sem chances de defesa, foi mérito do jogador da equipe amazonense. 'Fomos alertados que eles utilizariam muito as jogadas de bola parada e não deu outra. Eles têm um bom meia, bons laterais. Mas o Paysandu é forte e soube vencer quando pôde. Tivemos mais algumas oportunidades e poderíamos ter feito mais. Agora é pensar no São Raimundo e temos que confirmar o bom, momento e a liderança.'
Para o goleiro, a vitória em Itacoatiara (AM), por mais que deixe o Paysandu em boa condição para a classificação, não garante uma partida de antemão tranquila. Segundo o jogador, o placar apertado no jogo de ida serve como alerta não só para a Copa do Brasil como para a partida final da fase de classificação do primeiro turno. 'O respeito continua o mesmo, acima de tudo. Foi assim no jogo de ida e vai ser assim contra o São Raimundo. Vamos enfrentar o Charles, que é um cara que tem todo nosso respeito. É um treinador que sabe tirar um algo a mais dos seus jogadores', finalizou Ney.
Amazônia Jornal
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