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quarta-feira, 13 de abril de 2011

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Nesta semana, Ronaldinho Gaúcho recebeu da Academia Brasileira de Letras a medalha Machado de Assis nas comemorações dos 110 anos de nascimento de José Lins do Rego. É a primeira vez que um jogador recebe tal comenda. É uma justa homenagem ao craque e também ao escritor, flamenguista e brasileiro, desconhecido da grande maioria de flamenguistas e brasileiros.

Falar de um intelectual em uma coluna de futebol está soando um pouco pedante, né? Ok, não falemos do imortal José Lins do Rego. Falemos do torcedor apaixonado, do nortista, do carioca, do brasileiro Zé Lins. Que como todos nós, viveu a grandeza, as maravilhas, glórias, decadência, virtudes e vícios deste país de tantos ciclos.

O gosto do Zé pelo futebol se acentuou no Rio de Janeiro, quando o campo e o gramado afloravam memórias do engenho, da fazenda. Ele deveria olhar para o presidente do clube e lembrar trechos como “Olhava eu meu avô como se fosse ele o engenho. A grandeza da terra era sua grandeza. Não podia haver nada que não fosse do meu avô.” O futebol, o lugar perfeito para o patriarca, o senhor dono de si. O trecho fala do avô José Paulino. Mas poderia ser sobre qualquer Vicente Mateus, Márcio Braga, Eurico Miranda da vida de qualquer menino torcedor... Perceberam onde vamos chegar?

Zé foi romancista do futebol, e também das glórias e da decadência do norte. No romance Usina, ele conta a morte do centralizador dono do engenho e a incapacidade dos herdeiros em lidar com a modernidade, com as novas usinas, mais ricas e poderosas que os moinhos do avô. Ele se transforma: o ex-menino torna-se enfim um homem da nostalgia.

Chegamos ao século XXI. O Assis famoso hoje, não é o Machado. É o Ronaldo de Assis, irmão do Roberto de Assis! E quais os clubes do norte e nordeste sobreviveram ou sobrevivem aos empresários, marqueteiros e usinas de marketing esportivo? Irão nossos clubes se adaptar? Quando?

Voltemos à homenagem, aos 110 anos do nascimento de Zé Lins. O Brasil está aí. O monopólio da cana é muito menos rentável que o monopólio do campeonato brasileiro. E nele Ronaldinho Gaúcho reina porque produziu muito utilizando centímetros dos campos em que desfila com a camisa 10. O mulato, o moleque, repousará um dia em sua Casa Grande, de onde irá saborear aquele livro que ganhou junto com a medalha: Flamengo é puro amor de José Lins do Rego.

Sim, e “ o kiko”? Você, torcedor bicolor, deve estar se perguntando... Qual a parte que cabe ao Paysandu nesse latifúndio de idéias distantes? Nada e tudo. Assim como o time(desde a saída de Tiago Potiguar) ando sem inspiração. Pelo menos para escrever sobre essa equipe que hoje me dá calos nos olhos de tanta mediocridade.Assim, fui beber na fonte de José Lins do Rego para derramar minha inquietação. Maldita sina dos poetas e aprendizes de poeta, que já atormentou Adélia Prado, quando escreveu: “ De vez em quando, Deus me tira o dom da poesia.Olho pedra, vejo pedra mesmo” Pois bem, ando completamente assim : olho Ari, vejo Ari mesmo. Olho Elton Lira, vejo Elton Lira mesmo.

Syanne Neno - soupapao.com

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5 comentários:

Daniel Dantas disse...

Um dia quero ser que nem você quando crescer!!!
Seu texto como sempre prendendo a gente! Parabéns!!
É meu papão da curuzu ainda vai sair desse buraco!

EU ACREDITO!

Andrey Risuenho disse...

muito bom sy!!!!! gostei da analogia dos assis rs

AIRES disse...

Esta Syanne, princesa intelectual, híper inteligente. O que será de nós pobres bicolores se dependermos de laterais como esse tal de Elton Lira.

Rodrigo Cunha disse...

Syanne!! Demais!!! Demais!! Demais!!

Reinaldo Reis disse...

É minha sobrinha, não tem jeito, o négocio é ser ser rubro negro,