Independentemente de como terminar a fase de classificação do segundo turno, o fato é que o Paysandu deixou a desejar. A equipe da Curuzu terminou o primeiro turno não só com a conquista como também o futebol mais competitivo entre seus pares. Se o arquirrival Remo foi melhor na primeira fase, na hora da onça beber água, caiu diante do organizado Cametá. Em seguida, o time bicolor passou com facilidade pelo Mapará para garantir a vaga na decisão do Parazão, assim como fez nos dois anos anteriores. Em seguida, o discurso era de manter a toada e tentar evitar os jogos finais.
No entanto, a desclassificação na Copa do Brasil teve um efeito conturbador no Papão. Até a rodada de ontem, foram cinco jogos, com apenas uma vitória, dois empates e duas derrotas. Cinco pontos em 15 possíveis, com aproveitamento de 33%. "Infelizmente, demos uma relaxada no segundo turno, talvez pela garantia de já estarmos classificados para a decisão", comentou o zagueiro Ari.
A fase irregular coincidiu com o estremecimento da relação do clube com a diretoria. De mal à morte com os jornalistas, a diretoria tratou de imprimir uma série de represálias contra o que considerou um tratamento desigual sobre o Paysandu. As limitações às entrevistas não fizeram, no entanto, o time jogar melhor ou pior do que vinha fazendo.
Os outros times também cresceram. Independente e São Raimundo tiveram crescimentos consideráveis, o Cametá manteve o bom nível do primeiro turno e o Remo, que já era um dos favoritos, teve poucos mas bons reforços do meio para frente.
Algumas contingências atrapalharam também o Papão. A estreia do segundo turno, o empate em 1 a 1 fora de casa com o Castanhal, aconteceu com sete desfalques. A derrota para o Cametá, também fora de casa, se deu diante de um adversário forte e mais uma vez com alguns desfalques importantes. Mas o resultado que atrapalhou de sobremaneira o Paysandu no returno foi a derrota em casa para o Independente, na segunda rodada. Para essa partida, não houve desculpa de ausências, erros de arbitragem ou afins.
Não houve explicações. O técnico Sérgio Cosme se fechou em copas e há tempos não fala com a imprensa. O volante Alisson, antes da partida de ontem à noite em Marabá, engrossava o caldo geral dentro da Curuzu de que nessa adversidade cabia aos jogadores levantar o time. "Quem veste a camisa do Paysandu tem sempre que pensar em vitória, mas quando se passa a depender dos outros é complicado. Primeiro temos que fazer a nossa parte, que é vencer. Depois do jogo do Águia é que vamos ficar atentos aos outros resultados", disse.
Amazônia Jornal
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