A máquina do tempo em ação

Em 2002 eles se encontraram na decisão da Copa dos Campeões, mas hoje, nove anos depois, a vida deles mudou completamente. O ex-atacante Vandick e o goleiro do Botafogo e da Seleção Brasileira, Jefferson, foram uns dos principais protagonistas da decisão daquela final do Castelão, em Fortaleza (CE), entre Paysandu e Cruzeiro, vencida pelos bicolores por 4 a 3, com três gols do ex-jogador.
Se no passado o ex-jogador foi carrasco do arqueiro, na última quarta-feira (28), no entanto, a dupla esteve no mesmo lugar, o Mangueirão, com o mesmo desejo, para a partida entre Brasil e Argentina. Enquanto Jefferson garantia a defesa sem tomar gols, em campo, fora das quatro linhas, Vandick vibrava com a vitória brasileira e também com a atuação do arqueiro.
Depois daquela final da Copa dos Campeões, a vida de ambos tomou rumos diferentes, sobretudo por conta da idade deles: Vandick encerrou a carreira no ano seguinte e um ano depois ingressou para a Câmara dos Vereadores de Belém. Jefferson, por outro lado, seguiu atuando, embora com o futuro profissional cercado por incertezas, após as falhas cometidas durante a disputa, mas que foram apagadas pelas brilhantes atuações recentes do goleiro.
Para Vandick, a presença de Jefferson no gol titular da Seleção Brasileira valoriza mais ainda a conquista de 2002. “E não só ele porque a defesa do Cruzeiro daquela época era muito boa. Tinha o Maicon, que também é da Seleção; o Cris, o Luisão, além do Jorge Vagner na lateral-esquerda”, explicou, defendendo o goleiro. “Para mim, ele só falhou no lance do segundo gol, mas nos outros, não. O restante dos gols teve mérito meu e dos demais jogadores de ataque do Paysandu”, valorizou Vandick.
Eles não se esbarraram pelo estádio, mas se o atual vereador encontrasse o antigo “freguês”, ele iria saudá-lo. “Ia lhe desejar boa sorte nessa caminhada com a camisa verde e amarela e dar-lhe os parabéns pelas ótimas atuações que vêm tendo no Campeonato Brasileiro, com a camisa do Botafogo”, revelou Vandick, que não falaria nada sobre 2002 por conta do resultado desfavorável ao goleiro.
Através da reportagem a mensagem chegou a Jefferson, que agradeceu o reconhecimento, mas explicou o ocorrido no passado. “Fico feliz pelo carinho dele. É claro que em 2002 era tudo muito diferente, eu ainda estava no início da minha carreira, mas hoje, não, já estou bem mais experiente e com essa chance de atuar pela Seleção Brasileira”, compara o goleiro, que mesmo depois das críticas sofridas em 2002 continuou sonhando com uma vaga na Seleção Brasileira.
“Eu sempre pensei em atuar pela seleção principal, até porque já tinha jogado pelas categorias de base naquele tempo. Aqui é tudo diferente, muito melhor e com a responsabilidade dobrada”, finaliza Jefferson.

Diário do Pará