Que ninguém apareça agora para apedrejar a garotada, como é praxe no futebol paraense sempre que um projeto de valorização da base enfrenta percalços. O Paissandu trilha o caminho certo ao priorizar seus valores caseiros, mas erra na dose, ao utilizar um time excessivamente imaturo no campeonato estadual mais equilibrado dos últimos anos.
Depois do segundo revés, sacramentado ontem, no estádio Barbalhão, soaram de imediato as cornetas de reprovação ao trabalho do técnico Nad. De fato, o time mostra-se desorganizado taticamente, sem jogadas que explorem a velocidade e o fôlego da jovem equipe. Existem vários pontos vulneráveis no setor de marcação e a defesa clama por arrumação.
Nad nunca foi um treinador excepcional, tem suas limitações, mas ouso dizer que não faz menos do que fariam Sérgio Cosme, Roberto Fernandes, Edson Gaúcho ou Andrade, os últimos técnicos do Paissandu. Todos falaram muito, filosofaram à vontade, mas apresentaram baixíssimo rendimento.
Tobias, Balona, Pikachu, Luan, Neto, Billy, Jairinho, Tiago. Jovens apostas, bons jogadores. Há consenso entre dirigentes e torcedores de que ainda serão extremamente úteis ao Paissandu. Mais que isso: representam uma nova filosofia de gestão do clube. A comissão que manda hoje no futebol acredita, com razão, que a aposta na prata da casa é o melhor caminho para sair do atoleiro.
Em termos financeiros, o time é um dos mais baratos que o Paissandu já montou em todos os tempos. A folha salarial enxuta é a alternativa madura e lógica aos desmandos que imperavam até 2011. Ao longo dos últimos cinco anos, prevaleceu o critério das contratações dispendiosas e resultados pífios.
Quando o campeonato estava por começar, observei que essa política ousada precisava de apoio concreto da torcida para ser levada a cabo. Tropeços iniciais na competição, até previsíveis, poderiam botar tudo a perder. É hora de blindar o projeto que representa a salvação do clube. Mais do que os dois maus resultados importa mesmo é a consolidação de um novo pensamento, que reduz a pó a política antiquada das gastanças irresponsáveis.
Mesmo que Nad venha a ser substituído no comando, como já se cogitava ontem à noite, é fundamental que os princípios estabelecidos pelos novos dirigentes sejam respeitados. Para o bem do Paissandu.
Fonte: Blog Gerson Nogueira


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