Em outros tempos, um final de semana livre de jogos - e por tabela da rotina de concentração, refeições e deslocamentos em conjunto - seria algo digno de comemoração por parte de um elenco profissional de futebol. Mas o momento do Paysandu é outro. Os jogadores bicolores prometem um final de semana de calmaria, e garantem que isso nem é por causa dos treinos marcados para as manhãs de sábado e domingo: a postura é, na verdade, reflexo da conscientização de uma equipe que mira a história como destino final na caminhada pela Copa do Brasil. E na quinta-feira mais um passo deve ser dado. Dentro do elenco do Paysandu, é difícil encontrar quem se lembre do último final de semana sem jogos que não tenha ocorrido durante o período de férias. Após a eliminação precoce do Campeonato Paraense, o Papão se vê nessa situação, já que os jogos da Copa do Brasil só acontecem aos meios de semana. Apesar dos lamentos, o assunto "Parazão" ficou para trás: os bicolores preferem enxergar o lado bom da vida, e enfatizam a importância da folga durante a disputa da Copa do Brasil o que, de certa forma, é um privilégio que o Coritiba, próximo adversário, não tem. A folga bicolor no final de semana não será completa, uma vez que a comissão técnica marcou treinos para as manhãs de sábado e domingo, pensando em aprimorar atributos coletivos da equipe e o posicionamento tático. Segundo o fisiologista do clube, Zé Carlos Amaral, é comum a comissão técnica fazer a recuperação dos jogadores e ajustes na preparação física durante a semana, deixando as questões técnicas para os dias mais próximos de jogos. Mas Zé Carlos diz ainda que em um final de semana sem jogos, o corpo do atleta assimila a condição e aproveita para mandar uma mensagem para o jogador. "Quando sabemos que temos um tempo maior de folga, nosso organismo começa a entender que essa situação é adequada para podermos recuperar o desgaste acumulado durante a semana. O corpo libera substâncias que vão do prazer ao descanso, passando por alívio. É um tempo bom para recuperar o corpo e iniciar a semana da melhor maneira possível", explica. A mensagem do fisiologista foi bem assimilada pelo grupo. Um final de semana sem jogo - numa época em que mesmo os craques consagrados como Ronaldinho Gaúcho se destacam pelas "baladas" homéricas protagonizadas - poderia significar a "deixa" que os boleiros precisavam para chutar o balde, certo? No Paysandu, não. "Não lembro o último final de semana sem jogo. Tem sido tudo muito corrido. Ficar com os companheiros é bom, o entrosamento aumenta. Mas quando temos essa folga, é bom ficar com a família. Ficar com a família é uma outra forma de concentração", diz o meia Thiago Potiguar, que vai utilizar o tempo livre para relaxar ao lado da esposa.
Amazônia Jornal
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