domingo, 16 de junho de 2013

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Presidente bicolor fala sobre os principais assuntos de sua gestão, como a má campanha na Série B, demissão de Lecheva e a tentativa por Jorginho

Vandick no dia de sua posse: venceu a 1ª eleição
direta do clube (Foto: Cristino Martins/O Liberal)

A atual diretoria do Paysandu completa, neste domingo, seis meses e meio à frente do clube. De lá para cá, foram 16 contratações para o time principal, o título estadual e uma troca de técnico. O presidente do clube, Vandick Lima, recebeu a reportagem do GLOBOESPORTE.COM em sua sala na sede social do clube para fazer um balanço da gestão, falou sobre a campanha na Série B, contratações, dispensas e conversou sobre o assunto mais delicado das últimas semanas: a demissão do técnico Lecheva e a contratação de Givanildo Oliveira, na qual boa parte da torcida chiou.

No dia 8 de junho, um sábado, dia seguinte ao empate em casa contra o América-RN, Lecheva foi chamado às pressas pela diretoria para uma reunião. O então treinador foi avisado que estava fora do comando do time, o que o pegou de surpresa. No domingo pela manhã Givanildo Oliveira já era anunciado como o seu substituto. A mudança no comando técnico do time não foi bem recebida pela torcida. Entretanto, Vandick afirma que acompanha diariamente as redes socais e entende a preocupação do torcedor.

– Eu vi e tenho acompanhado principalmente pelas redes sociais muita gente se manifestando contra (o Givanildo), ainda mais agora, com duas derrotas, tem aumentado isso, mas nós confiamos nele. Tanto confiamos que o trouxemos e eu acho que ele reúne as condições que nós precisamos no momento – contou.

Vandick também confessou que foi pressionado para demitir Lecheva em duas ocasiões anteriores, mas optou por segurar o então técnico no cargo. Em seguida, antes de anunciar Givanildo Oliveira, a diretoria do clube tentou a contratação de Jorginho, ex-Bahia, Portuguesa e Palmeiras, que recusou vir ao clube esperando propostas de times da Série A do Campeonato Brasileiro.
Veja a seguir a entrevista completa

GLOBOESPORTE.COM: No início do ano, quando se elegeu presidente do clube, você disse que o planejamento para 2013 era de reestruturar o time e ficar em uma posição intermediária na Série B para, em 2014, brigar pelo acesso à Primeira Divisão nacional. A campanha atual está dentro do que você imaginava?
Vandick Lima: Está muito abaixo. A gente não esperava terminar esses seis primeiros jogos na zona de rebaixamento. A gente teve três jogos em casa e três fora e, mesmo que a gente não conseguisse pontos fora, teríamos que ter vencido os jogos em casa, que é a tradição do Paysandu, aí estaríamos em uma posição intermediária. Mas, infelizmente, não foi do jeito que a gente imaginava. Tivemos também o problema de fazer dois jogos longe do torcedor (contra ASA e América-RN, em Paragominas). Apesar de ser no Pará a gente não teve o apoio da torcida que o Paysandu está acostumado a ter em uma competição nacional, mas ainda há tempo de recuperar. Chegamos a sexta rodada, ainda faltam muitos jogos e tem como a gente se recuperar e brigar sim para subir.

O Paysandu vem mostrando ter um time de muito toque de bola e jogadas envolventes. Por isso, o gramado da Arena Verde, em Paragominas, pode ser sido algo preponderante para o mau desempenho do time?
Acho que não foi decisivo para que a gente não conquistasse os resultados, mas lógico que prejudica o nosso time, que é muito técnico, com jogadores que trabalham muito bem a bola e num gramado ruim não conseguem jogar o seu melhor futebol. Mesmo assim acho que não foi decisivo para que a gente não conquistasse os três pontos. Início de competição geralmente é complicado mesmo.

O Paysandu já contratou oito jogadores para a Série B. Ainda pode chegar mais alguém?
A gente ia fazer uma intertemporada já nesta semana. A ideia era viajar, só que o Givanildo achou melhor que a gente ainda fique aqui até o próximo domingo (23) para que ele possa fazer uma avaliação do elenco. Se a gente viajasse para Macapá ou para Barcarena e levasse os 42 jogadores que nós temos hoje ele ia continuar sem poder fazer a avaliação. Ele quer fazer esse balanço do time aqui, durante a semana e definir se ele vai querer alguma contratação, aqueles jogadores que ele entende que tem que ser dispensados porque não tem como trabalhar com 42 jogadores. É ruim para o jogador, ruim para o treinador e, principalmente, é ruim para o clube.

Alguns desses jogadores chegaram e em pouco tempo já tiveram que entrar em campo, mesmo ainda fora do condicionamento físico ideal e isso pode ter influenciado as atuações apagadas, como no caso do lateral-esquerdo Janilson e do atacante Careca. Você acha que foram apostas erradas da diretoria ou eles ainda não tiveram tempo para mostrar todo o seu potencial?
Primeiramente, não tínhamos como contratar antes porque eles estavam disputando campeonatos estaduais pelo país e só viriam quando terminassem essas competições. Todos terminaram praticamente junto com o nosso, por isso os jogadores só chegaram depois. Nós temos essa dificuldade de contratar jogadores para o Campeonato Paraense e o Brasileiro, o ideal é que você forme o time no começo do ano para o ano inteiro. Só que os jogadores tem propostas para jogar o Paulista, o Carioca, Gaúcho e eles preferem ficar lá, são campeonatos mais atrativos. A gente encontrou no início do ano dificuldades nesse sentido e tivemos que contratar depois dos estaduais. Eu acho que todos eles podem render aquilo que a gente espera, por isso eles foram contratados e essa parada agora será benéfica para que a gente ajuste o time.

Já existe uma definição de quantos e quais atletas podem ser liberados?
A ideia dele (Givanildo) é trabalhar com 28 atletas. Desses 42, têm alguns que são da base, então, nesses 28 estão incluídos esses da base que ele entender que estão no momento de ficar conosco. Aqueles que ele achar que devem voltar para a base, irão voltar e os que têm contrato a gente vai tentar emprestar ou fazer um acordo para que sejam liberados.

Sobre o caso do volante Esdras e do atacante Heliton, que foram sondados pelo Águia de Marabá, eles podem mesmo ser emprestados?
O Ferreirinha (presidente do Águia) e o João Galvão (técnico) falaram comigo que têm interesse nesses dois atletas, mas a gente só pode ver qualquer coisa depois da avaliação do Givanildo. A gente não pode liberar um jogador agora e depois o Givanildo falar que queria, então vamos esperar uma semana e depois dessa avaliação a gente vai ver, desses e de outros jogadores, qual a situação.

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM na semana passada, o ex-técnico Lecheva afirmou que estava decepcionado com a diretoria e especialmente com você, pela amizade de longa data, desde os tempos que ambos atuavam com a camisa do Paysandu. Ele até usou as palavras ‘falta de consideração’, por conta do que ele alcançou pelo clube, mas que acabou afastado do cargo após apenas três rodadas da Série B. O que você tem a dizer sobre isso?
O Lecheva é meu amigo particular, só que eu preciso separar as coisas. Não posso colocar a amizade à frente dos interesses do Paysandu. Ele está chateado, eu também fiquei com algumas coisas que ele disse, mas isso não impede que tenhamos uma conversa. A gente entendeu que o Lecheva deveria ser o nosso treinador esse ano, até pelo acesso que ele deu ao Paysandu no ano passado, e ele fez um bom Campeonato (Paraense), conquistado o título, sendo mantido para a Série B. Mas o começo não foi o que a gente esperava. Em alguns momentos, muita gente pediu a saída do Lecheva e eu segurei. Por exemplo, quando nós perdemos os dois RE-PA seguidos (na semifinal da Taça Estado do Pará), muita gente queria a saída dele e eu achava que não era o momento. Fomos eliminados da Copa do Brasil dentro de casa, jogando pelo empate, e muita gente também queria e eu o segurei (no cargo). Na Série B não teve mais como. E eu não segurei pela amizade, segurei porque achava que ele deveria continuar. Mas agora, os três resultados iniciais não foram satisfatórios e nós, eu e toda a diretoria de futebol, entendemos que era o momento de fazer uma troca. O Lecheva sai deixando as portas abertas e eu espero que ele tenha muito sucesso na sua carreira, ele reúne as condições de ser um grande treinador e as portas do Paysandu estão abertas para ele.

Apesar do histórico vitorioso pelo clube, a contratação do Givanildo foi muito criticada por parte da torcida. Muitos esperavam um perfil diferente de treinador. Qual foi o critério adotado pela diretoria para a escolha do substituto do Lecheva?
Além do Givanildo, nós conversamos com o Jorginho, que treinou o Bahia, o Palmeiras, e ele disse que não queria vir, que estava esperarando uma proposta de uma time da Série A. Aí partimos para o Givanildo. Chegamos a um acordo e eu sei, eu vi e tenho acompanhado principalmente pelas redes sociais muita gente se manifestando contra (o Givanildo), ainda mais agora com duas derrotas tem aumentado isso, mas nós confiamos nele. Tanto confiamos que o trouxemos e eu acho que ele reúne as condições que nós precisamos no momento. É um treinador vencedor, não só no Paysandu, que tem cinco acessos na carreira e o Paysandu pensa em acesso. Lógico que o primeiro objetivo é fugir dessa zona de rebaixamento, e em seguida será chegar entre os quatro primeiros. Nós acreditamos sim que o Givanildo reúne essas condições e vamos torcer para que, depois dessa parada (para a Copa das Confederações), o time tenha a cara dele e comece a vencer. São dois jogos em casa que, se a gente ganhar, se aproxima já do G4.

O Jorginho foi cogitado para assumir o time após a saída do Lecheva. Assim como o seu antecessor, ele também tem história no clube, tendo vestido a camisa alviceleste em 1993. Isso é uma perfil que a diretoria busca, de identificação com o clube?
É verdade. Além de mim, do Lecheva, tem o Ronaldo (preparador de goleiros), agora tem o Rogerinho... eu acho que você ter identidade com o clube ajuda sim. Isso não é preponderante para que o cara venha ou não, mas eu acho que ajuda sim e por isso mesmo a gente tentou o Jorginho, um treinador que é acostumado com Série A e Série B, que conhece o nosso futebol e por isso nós o tentamos, mas ele preferiu esperar uma proposta da Série A.

globoesporte.com

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