O meio-campo Thiago Potiguar, 24 anos, e o lateral-esquerdo Álvaro, 28 anos, aportaram em terras paraenses no dia 23 de fevereiro, quando chegaram às vésperas do jogo Paysandu e Potyguar (RN), time que até então defendiam pela Copa do Brasil. Mas a história de amor com o Papão começou lá no Rio Grande do Norte, quando o presidente bicolor, Luiz Omar Pinheiro, se mostrou encantado com o futebol da dupla, no primeiro embate dos clubes pelo certame nacional. A aquisição foi vista com ressalvas, afinal, eram dois ilustres desconhecidos e o clube bicolor já andava repleto de importações que não deram certo. Hoje, Thiago e Álvaro são tidos como peças fundamentais na engrenagem da equipe. Nessa entrevista, a dupla de Currais Novos (RN) faz uma avaliação desse primeiro mês dentro do Paysandu.
BOLA – Vocês chegaram desacreditados e hoje são vistos como fundamentais no time do Paysandu. Incomodou as críticas que o Luiz Omar tanto se ressente, sobre a vinda de vocês?
ÁLVARO - Me senti humilhado sim. Até por que falaram que o Paysandu tava contratando jogador na esquina. Então Deus me ajudou, assim como o Thiago e os outros companheiros, para a gente reverter esse quadro. Faltou respeito, não como atleta, mas como homem. Só tivemos confiança do clube e das nossas famílias.
THIAGO - Eu cheguei faltando três partidas (para o fim do primeiro turno) e fiz bons jogos. Com essas críticas que a gente ouviu a gente vai é crescer. Agora todo mundo dá tapinha nas costas, que a gente foi campeão, mas tem que calar a boca mesmo. Não tem que apoiar só na hora que somos campeões. Futebol tem que ter crítica, mas tem que ter aplauso também.
BOLA – Do modesto Potyguar de Currais Novos (RN) para o Paysandu existe muita diferença?
ÁLVARO - Com certeza eu dei um passo à frente. Lá não era ruim, mas aqui a estrutura é de primeira divisão e lá eles estão começando um trabalho bom, mas eles não têm estrutura para trabalhar, apesar de que o ambiente é bom. Lá o material de trabalho era pouco, aqui tem bastante, a gente pode trabalhar tranquilo. Às vezes a gente nem podia trabalhar no campo, que é da prefeitura, pois tinha gente fazendo atletismo e poderia atrapalhar. Aqui não.
THIAGO - Lá o preparador físico era sozinho, não tinha ajuda de ninguém. Aqui a gente tem ajuda de médico, de tudo. É muito diferente.
BOLA – A empolgação com o rendimento de vocês é tanta que o clube já vai em busca do meia Vaninho, também do Potyguar. O que vocês acham dessa aquisição?
ÁLVARO - Eu joguei com ele em 2008, no Potiguar de Mossoró (RN). Ele é um excelente jogador. É meu parceiro, meu irmão. Um cara extraordinário. Se for contratado vai ser um bom jogador. Aquele ali é fera. O estilo dele é igual ao do Thiago (Potiguar).
THIAGO - Acho que ele tem capacidade de estar aqui. Ele foi bem lá (Potyguar-RN), é um baita jogador. Tem que ter essa oportunidade aqui também e Jesus vai abençoar ele também. Acho que ele vai ajudar. Pelo pouco que eu conheço, dá para ele estar aqui, nesse elenco.
BOLA – Muito jogador, quando chega de fora, diz sentir a diferença aqui, como campo, clima. Com vocês foi assim?
ÁLVARO - É a mesma coisa. Eu não senti diferença nenhuma. Só os campos que são mais pesados do que os de lá. Até pela chuva, que aqui é muita, mas lá, quando chove, o pessoal vai para a rua tomar banho, é um milagre.
THIAGO - Todo campeonato é diferente. Mas ao jogador cabe mostrar o futebol que tem. Eu quero que Jesus me abençoe nesses jogos do segundo turno, para continuar mostrando meu futebol.
BOLA – Como vocês avaliam esse primeiro mês em Belém?
ÁLVARO - Eu fico feliz de estar passando por um bom momento aqui. Estou em um excelente clube e não quero mais subir e descer, só quero subir.
THIAGO - Tá valendo a pena. É a primeira vez que jogo em um clube grande. E é assim mesmo, quando um jogador vem de um time pequeno para um grande, tem que mostrar mais ainda.
(Diário do Pará)
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