Maior revelação do futebol paraense esse ano, co-artilheiro do Parazão com nove gols, junto com o azulino Marciano, o bicolor Moisés é o jogador mais comemorado pela Fiel. Não é à toa. Do total de gols marcados na competição estadual, nada menos que cinco deles foram contra o maior rival. Quando ele deixa sua marca, a torcida tem na ponta da língua a música para comemorar: 'Abriu o mar vermelho e ele atravessou / Uh, é o terror, Moisés é matador.'
Terror das torcidas adversárias, Moisés é econômico nas palavras para falar sobre o clássico e sobre o que pode fazer em campo logo mais. 'Temos que focar no jogo para que as coisas aconteçam naturalmente. Temos que definir o quanto antes para não darmos moleza. As coisas vão acontecer. Será mais uma vez uma partida complicada e o Remo luta para se recuperar. Eu espero fazer a minha parte e ajudar o Paysandu a vencer mais uma vez. Mas aqui todos sabem que em um Re x Pa não importa quem está bem ou mal, sempre há equilíbrio. Ganha quem se doa ao máximo', Moisés.
Moisés volta ao time depois de cumprir suspensão automática diante do Ananindeua. Foi a primeira partida da competição em que não jogou um minuto sequer. Por mais que tenha apreciado a folga, é uma experiência que garante não querer repetir. O que comemorou foi o fato de Marciano não ter feito nenhum gol e se isolado na artilharia. 'Eu queria estar em campo, mas serviu para descansar e poder voltar sem nenhum cartão. Felizmente a briga pela artilharia ainda está empatada. Não pensava muito nisso, mas os gols estão saindo e já penso em ser artilheiro. Não tinha muitas características de fazer gol, mas tenho conseguido finalizar e tenho que aproveitar o momento.'
Quanto aos gols, ele garante que todos são guardados como boas lembranças, mas reconhece que os marcados contra o maior rival têm gostos diferenciados. 'Todos os gols são especiais, ainda mais em clássico. Na base eu joguei muitas vezes com o Remo e fiz só um gol. Agora foram três e cinco gols. Tomara que continue assim.'
Moisés reconhece que a presença em campo da base que jogou na semifinal pode trazer benefícios ao Paysandu. Cabe agora ao time bicolor tirar proveito disso. 'Temos que entrar tranquilos em campo, mas ligados. No último Re x Pa demos dois vacilos e tudo ficou mais complicado. Felizmente conseguimos buscar o resultado. O exemplo tem que ser o primeiro jogo da semifinal. Daquela vez nós entramos marcando em cima, atacando em velocidade e aproveitando as chances', disse. 'O time como está deu certo. O Álvaro e o Thiago entraram bem na equipe, assim como Fabrício. Parece que foi encontrada uma formação que tem dado certo', completou o atacante.
Jogadores não ligam para oba-oba da torcida alviceleste
A ordem entre os bicolores é fazer como o diabo da cruz e correr pra longe dessa história de favoritismo. De fato, não só as respostas que deram nos últimos dias têm seu fundo de verdade como o oba-oba da torcida do Papão é mais em cima do momento instável do adversário do que sobre o futebol mostrado pelo time da Curuzu. O Paysandu venceu dois e empatou um nos três jogos que disputou no returno, mas ainda não repetiu o bom futebol da fase final do turno passado. O que dá esperança aos torcedores é a volta daquela formação que jogou tão bem.
'O Remo não vive um momento tão bom quanto o do primeiro turno, mas quem dá mole em clássico geralmente sai de campo derrotado. Não podemos bobear porque os times que não foram tão bem no primeiro turno cresceram no segundo. O Águia e o São Raimundo são exemplos disso. Esse returno está sendo bem mais complicado', afirmou o centroavante Bruno Rangel, que ganhou a vaga de titular para logo mais.
O meia Fabrício, que volta ao time depois de duas rodadas afastado, aposta que a formação que se deu bem na reta final do primeiro turno pode fazer diferença mais uma vez. 'Acho que é uma vantagem ter todos esses jogadores à disposição. O grupo que vinha jogando é bem entrosado, mas quem está de fora tem mostrado serviço e isso é bom para o time.'
O zagueiro Paulão ressalta o prazer que é participar de um clássico regional, ainda mais o paraense. 'A rivalidade faz o jogo ser muito gostoso. Tem um charme especial em torno dela. É uma partida boa de jogar, com um estádio maravilhoso e com a torcida em peso', disse. 'Mas não tem essa história de favoritismo. O Remo mudou o esquema de jogo e alguns atletas. Quem entra deve ter qualidade para estar no Baenão. Quem estiver melhor no dia vai se dar bem. Erramos ao entramos relaxados no último clássico, mas a gente tira aprendizado de todos os jogos e tem que ser assim', completou Paulão.
Para o lateral esquerdo Álvaro, que chegou a estar ameaçado de não entrar em campo por conta de uma lesão, o clássico será uma disputa de aplicação dentro de campo. Quem mostrar mais entrega e disposição terá maiores chances de sair de campo comemorando. 'Em clássico nunca tem favorito. O Remo tem uma excelente equipe e quer se garantir o quanto antes da semifinal do turno. Quem for mais feliz no domingo, quem for mais aplicado, sairá com um bom resultado.'
Amazônia Jornal
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