Fanatismo e informação invadem a rede

ALAN BORDALLO

O Liberal

O nome é estranho, mas já está na boca do povo há muito tempo: Twitter, a "nova" rede social da internet, que há muito deixou de ser um meio de comunicação voltado apenas para a troca de contatos entre amigos e virou um verdadeiro canal de notícias. O Twitter é hoje amplamente utilizado por veículos de imprensa para dar a informação em tempo real, em cima do lance. No futebol, já é uma febre entre os jogadores e os clubes o utilizam para divulgar informações sobre ingressos, ações promocionais, narração dos jogos, entre outras utilidades. Porém, como a moda não pegou entre os clubes paraenses, dois torcedores de Remo e Paysandu resolveram cumprir a missão: Antônio Neto, do @sigaRemo, e Pedro Loureiro, do @sigaPaysandu, levam para o ambiente virtual a velha discussão entre os grandes rivais com comentários em clima de arquibancada.

Bacharel em direito e jornalismo, palestrante e professor de novas mídias, funcionário público e bicolor fanático, Pedro Loureiro foi quem teve a sacada na frente. Depois de ver os perfis no Twitter de grandes clubes do futebol brasileiro, como Corinthians e São Paulo, resolveu criar o do Paysandu. A ideia inicial lembra a vocação do Twitter: chegar na frente. Pedro apostou que criando o @sigaPaysandu o canal poderia ganhar notoriedade e até evoluir para tornar-se o Twitter oficial do clube, aproximando o torcedor fanático da diretoria do clube do coração. "Criei um pouco antes daquele fatídico Icasa 6 a 2 Paysandu", recorda-se, mostrando também que a força do veículo foi maior que a decepção momentânea.

DIVULGAÇÃO

Pedro passou então a divulgar pelo @sigaPaysandu as informações que cercam um jogo de futebol, sempre pensando na comodidade do torcedor, classe na qual se enquadra. Mas faltava alguém nessa história. E é aí que entra o publicitário Antônio Neto, representante do fanatismo do lado azul escuro da rivalidade. Surgiu o @sigaRemo, uma resposta ao co-irmão. "É aquela história: Remo e Paysandu são adversários mas um não vive sem o outro", garante o torcedor, que antes já havia criado um perfil com o nome de @clubedoremo. "Nosso trabalho é quase em conjunto. Queremos falar no Twitter coisas com a visão do torcedor. Fazemos a narração de um jeito bem paraense", esclarece Neto, que hoje vê que os dois perfis supriram a carência de vários internautas.

Clubes não investem na ‘net’

O sucesso da dupla veio a partir do descaso dos clubes com veículos de internet. "A gente percebe que os clubes, apesar de quererem se profissionalizar, tem uma visão restrita quanto à comunicação, de forma até amadora. Ganhamos credibilidade. Hoje acredito que os dois têm mais credibilidade que os oficiais. Mais seguidores nós temos com certeza. Minha grande preocupação é fazer com que o @sigaRemo não seja visto como um perfil meu", diz Neto. Pedro completa a afirmação do amigo. "O Paysandu tinha um Twitter oficial. Só que a conta teve dez ‘tuitadas’ em um dia e depois nunca mais foi acessada. Isso desde fevereiro. Outra coisa é o site do programa ‘Fiel Bicolor’, que não possui informações sobre os planos para se associar. No twitter fazemos uma espécie de clipping. Juntamos notícias de veículos de comunicação e informações valiosas para o torcedor em um só lugar", conclui Pedro, que comemora o grande número de novos seguidores que o @sigaPaysandu ganhou após a vitória do time por 4 a 2 no primeiro Re-Pa da decisão. "Antes tinham 800. Hoje são mais de 1.000".

Confira e siga outros Twitters Bicolores:

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Em breve do lobofurioso!