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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

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Ele saiu do Paysandu de maneira conturbada. A ação contra o clube na Justiça do Trabalho rendeu muitos capítulos. Para que a novela termine falta muito pouco, apenas uma assinatura no contrato com o Santos, algo que só ainda não aconteceu por conta dos muitos exames a que teve que se submeter. Estamos falando de Moisés Ferreira Gomes, 21 anos, o atacante que despontou no Campeonato Paraense, foi alvo da cobiça de muitos clubes de primeira divisão e brigou por um sonho: vestir a camisa do Peixe. Nessa entrevista exclusiva ao Bola, a primeira após a saída do Paysandu, o artilheiro do regional e nova promessa paraense para despontar Brasil afora, fala de tudo o que aconteceu desde que resolveu sair do Papão, clube que diz ser de seu coração e que pretende um dia voltar.

Bola – Como é chegar ao Santos, depois de tanta confusão?

Moisés – É tranquilo. Graças a Deus tudo deu certo.

Bola – Qual foi tua primeira impressão ao chegar no Centro de Treinamento Rei Pelé?

Moisés – Fiquei feliz ao ver que tudo está se encaminhando, que tudo está dando certo.

Bola – Assististes ao jogo entre Santos e Atlético-GO?

Moisés – Não pude assistir, pois estava fazendo um exame cardiológico na hora.

Bola – Que sentimento vem à tua cabeça quando pensas no Paysandu?

Moisés – É um sentimento normal. O Paysandu me ajudou da melhor maneira possível. Agradeço à torcida maravilhosa. Lamento não ter conseguido jogar no Campeonato Brasileiro.

Bola – Tu torces pelo Paysandu?

Moisés – Eu sou Paysandu, com certeza. E estou torcendo para eles subirem também.

Bola – Alguma mágoa em relação ao que o presidente Luiz Omar Pinheiro declarou ao teu respeito, nesse período conturbado em que lutavas para deixar o clube?

Moisés – O presidente falou um bocado de coisas de mim. Eu fiquei sob pressão, mas consegui superar tudo isso. No último jogo com o São Raimundo, eu estava na concentração e o Dias Renato (supervisor), chegou com um recado do Luiz Omar que era para eu deixar a concentração. Eu queria jogar aquela partida, mas, graças a Deus que o Paysandu ganhou. Cheguei a conversar com dois torcedores, falei a eles que queria jogar, mas tive que abrir mão. Apesar disso, não tenho mágoas. Também tenho que pensar no que é melhor pra mim.

Bola – Se pudesses voltar atrás em algum ponto de tudo o que aconteceu, o que mudarias?

Moisés – Não entraria mais na Justiça. Até porque perdi o ritmo de jogo e fiquei sem jogar.

Bola – Não és o único paraense no Santos. Como foi a recepção da família do Paulo Ganso? (Ganso comemorou a chegada de Moisés. “Graças a Deus, que bom que deu tudo certo para ele”)

Moisés – Conversei com o Papito (irmão de Ganso que o indicou ao clube) e com o Paulo Henrique. São pessoas tranquilas, muito bacanas. Estão me tratando bem, agora só depende de mim. Os empresários também são gente boa.

Bola – E essa conversa de que deves ir a um clube do exterior futuramente, como o Chelsea?

Moisés – Daqui para o final do ano devo ir sim para outro clube, mas isso vai depender do contrato que eu assinar aqui.

Bola – Ainda não assinou o contrato? Como está isso?

Moisés – Não sei, estou por fora. Mas, se assinar amanhã (hoje), na quarta-feira da semana que vem já posso jogar no Sub-23. Mas devo ir para o profissional mesmo.

Bola – Depois de tanto tempo calado, o que gostarias de dizer aos torcedores do Papão?

Moisés – Que continuem torcendo, eles merecem. Eu agradeço por eles terem me colocado lá em cima. A vida continua e, quem sabe um dia, eu ainda volte a jogar no Paysandu.

Bola – E para o plantel alviceleste?

Moisés – Agradeço ao Charles Guerreiro, ao Lecheva e vários jogadores que me deram apoio. O presidente e a Dona Chica (esposa de Luiz Omar) também me ajudaram bastante. Ele (LOP) falou aquelas coisas de mim, mas errar é humano, isso passa com o tempo.

Bola – Como tu vislumbras a chance de se tornar um novo ídolo paraense?

Moisés – Primeiro eu quero me adaptar. Espero fazer bem melhor aqui do que fiz aí (no Paysandu).

Bola – Algo mais?

Moisés – Quero agradecer a vocês da imprensa também. E manda um abraço para aquele cinegrafista gordo (sic) do SBT (Cléber Pastana) e para a aquela repórter da RBA, a Lourdes César (risos).

Diário do Pará


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