É claro que não estamos falando de data de validade, até por que no Brasil um treinador de futebol cai de uma hora para outra muito comumumente. Diferentemente do que acontece, por exemplo, na Europa, onde acompanhamos técnicos como Alex Ferguson, Pepe Guardiola, Carlo Ancelotti, entre outros, que ficam anos à frente de suas equipes. Mesmo outros que há anos não são campeões nacionais ou locais e ganham um título esporadicamente como o Quique Sanchez Flores do Atlético de Madrid.
Mas a questão é, vale à pena a troca de um técnico com apenas seis rodadas do Campeonato Estadual, uma única derrota e prestes ao jogo de estréia na Copa do Brasil? Tudo bem que a derrota foi para o maior rival! Não, tudo mal. Justamente a derrota no maior dérbi do Norte do País é suficiente para que a torcida queira a cabeça do técnico, proteste com as faixas das organizadas de cabeça para baixo e com um público pagante ínfimo. No Brasil e em Belém o futebol é diferente, o coração é quem manda. E queremos que os técnicos e jogadores de nossos clubes também usem e abusem dos seus corações e de suas almas nos seus trabalhos.
A Fiel Bicolor tem que levar em conta que, mesmo sem seu consentimento e com toda a insegurança desde o anúncio da contratação do técnico do Paysandu para a presente temporada tem que dar mais um tempo.
Tudo bem que os 100% de aproveitamento do Papa Títulos do Norte não deram nos jogos que já se passaram segurança do plantel que temos. Satisfeitas espectativas por desempenhos individuais de alguns jogadores, de um dos setores – o ataque – e da artilharia do campeonato, mas condenada a defesa – o que já resultou em numerosa contratação de zagueiros – e prematuramente afastada a possibilidade de convencimento da qualidade do técnico.
Deve-se considerar o carisma do Sérgio Cosme, o respeito que conquistou de seus jogadores e, principalmente, que sua queda às vésperas da estréia na Copa do Brasil pode ser muito prejudicial ao espírito da equipe, a qual pelo que se vê a tem em suas mãos. O grupo deixa parecer que está “fechado” com ele. Não é o momento de se pensar em troca da Comissão Técnica. Deixemos a impulsividade de lado por um tempo. Pois a “Diretoria” já provou que não sabe trabalhar sobre forte pressão. Após o jogo de quinta, contrataram dois zagueiros e um lateral esquerdo. Zagueiros, sim, mas lateral esquerdo não havia necessidade. O Bryan vem razoavelmente bem dentro do que o treinador está propondo para a posição, o Álvaro já está treinando e ainda tem o Hadson que ainda não teve a oportunidade de mostrar o seu futebol. Três e agora quatro jogadores para a posição. Em consequência a folha vai aumentando e isso vai ficando perigoso.
Mas a torcida tem todo o direito de protestar, com respeito, é claro. E a Direção do Paysandu tem que ser mais atuante na orientação das pessoas que vão fazer o corpo a corpo com os protestos, a fim de evitar incidentes como o ocorrido com o torcedor Daniel Feio no último jogo. Externou seus sentimentos de maneira serena e de certa forma pacífica, sem que merecesse aquela reação por parte de seguranças despreparados para episódios desse tipo. Acabou que quem levou o mérito foi o presidente, que inclusive estava fora do Estado.
Impulsividades à parte, ainda está no prazo de validade o atual treinador do Paysandu. Que venham Penarol-AM e São Raimundo. Duas ótimas oportunidades para melhores análises do time e comissão técnica, longe da pressão da torcida!
Ubirajara Lima
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