domingo, 8 de julho de 2012

O lateral direito Yago vem se tornando o principal nome do time do Paysandu em 2012. Mesmo com pouca idade, ele tem encarado as partidas sem demonstrar nenhum esboço de inibimento que seria natural a quem está na primeira temporada como profissional. Tanto que passou a ser o diferencial da equipe, por mais incrível que isso possa soar para um lateral. Mas, lateral mesmo? Primeiro com Nad, depois com Lecheva e agora com Roberval Davino, Yago tem progressivamente sido adiantado. Primeiro virou um meia aberto pela direita, agora é praticamente um atacante. Um ponta à moda antiga.

A fase é boa, tanto que recentemente o técnico bicolor deu uma boa definição do momento do jogador: "O Yago tem alegria nos pés", observou Davino. Com 1m67 e franzino, aparentando pelo menos alguns anos a menos do que os 20 completados no começo do mês passado, ele tenta compensar a desvantagem física com velocidade e habilidade. Dessa forma se tornou o principal artilheiro do Paysandu no ano, com seis gols, quatro no Campeonato Paraense e dois na Copa do Brasil.

Na segunda-feira passada, na estreia na Série C do Campeonato Brasileiro, ele teve duas excelentes chances contra o Luverdense-MT, ambas paradas nas mãos do goleiro adversário. O jogador se lembra bem dos lances que não resultaram num primeiro gol em um Brasileirão. "Foram duas jogadas rápidas e não consegui o gol. Isso não me preocupa, mas treinei bastante finalizações nesses dias."

Yago é visto pela diretoria como a principal esperança de um bom negócio nesse ano - sem falar da parte técnica, da ajuda que ele pode dar na busca pelo acesso. Esse objetivo, diz o lateral, é o que o move no momento, tirando dele qualquer pensamento de uma possível negociação futura. "Se isso acontecer, tudo bem. Mas prefiro pensar num bom Campeonato Brasileiro. Se o Paysandu subir para a Série B todo mundo aqui ganha projeção."


 Você vem sendo apontado como principal revelação e destaque do futebol paraense esse ano, com tuas atuações tendo repercussão com parte da imprensa nacional. Qual o efeito disso sobre você?
Normal, sem muito efeito, não. O pessoal fala bem de mim, diz que sou destaque e referência. Mas eu não faço nada só. O time é bom, o elenco tem qualidade. Agradeço os elogios, quando (as pessoas) vêm falar comigo na rua, mas futebol é coletivo e ninguém faz nada sozinho.


Tem alguém dentro do elenco, da diretoria ou da tua família que conversa com você, dá conselhos, até para não deixar que os elogios atrapalhem?
Quase todos os dias, quando chego em casa à noite, meu pai me chama e conversamos bastante sobre isso, entre outras coisas. Aqui no grupo tem o Vânderson e Harison que sempre me dão conselho, para não deixar os elogios subirem para a cabeça e manter sempre o foco no trabalho.

E o técnico Roberval Davino?
Ele também, claro. O professor conversa bastante com todos, sempre procura nos orientar, chama particularmente para consertar o que está errado.

Em uma das primeiras entrevistas que deu, mesmo antes de chegar a Belém, o técnico Roberval Davino comentou que conhecia alguns jogadores do Paysandu, dizendo inclusive que seu nome havia sido estudado para uma pré-convocação para uma seleção de base. Como você recebeu essa especulação?
Todo jogador profissional sonha em um dia vestir a camisa da seleção brasileira. Quando o professor chegou aqui dizendo isso, que estaria numa pré lista, isso me deixou muito feliz. Procurei maiores informações sobre isso e não consegui muita coisa, mas a afirmação dele me deixou animado.

Amazônia Jornal

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