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sábado, 4 de agosto de 2012

Lecheva, Rogerinho e Luis Carlos Trindade, comentam a trajetória bicolor que garantiu o título mais importante conquistado por uma equipe do norte do país


Elenco bicolor treinava forta para enfrentar os adversários na Copa dos Campeões 2002 (Foto: Ary Souza/O Liberal)
Um famoso dito popular diz que santo de casa não faz milagre. No futebol, este ditado é ainda mais conhecido e bastante utilizado por torcedores e dirigentes esportivos. Se é verdade ou não, isso só quem pode responder são os deuses da bola, mas a última edição da Copa dos Campeões, vencida pelo Paysandu, mostra que tal ditado é cheio de controvérsias. Para quem não se recorda, no elenco bicolor daquela temporada, pelo menos dez jogadores eram paraenses ou já tinham adotado o Pará como segunda casa.
Mas, como é que um clube do norte do país venceria, com a prata da casa, uma competição tão disputada, com os maiores times do Brasil e elencos milionários? Bem, para saber o segredo, ou melhor, a receita da vitória daquele time tipicamente paraense, o GLOBOESPORTE.COM foi perguntar aos jogadores da terra, que compuseram o elenco comandado pelo então treinador Givanildo Oliveira. No Pará desde 1989, o paulista de São Carlos Rogério Gameleira ou, simplesmente, Rogerinho, tem a resposta na ponta da língua.

– Tínhamos uma base e, mais que isso, os jogadores eram unidos. Aquele grupo era uma verdadeira família. Todos os atletas se encaixavam. Cada posição tinha duas ou três peças que, se perdêssemos algum companheiro, o treinador sabia que tinha um jogador a altura para substituir e o time não sentiria tanto. Nosso time não tinha um jogador que desiquilibrava, era o conjunto que fazia a diferença – pontua Rogerinho, atual auxiliar técnico do Santa Cruz de Cuiarana, clube recém criado no município de Salinópolis, no Pará.

Rogerinho, que tem no currículo títulos importantes como o bicampeonato brasileiro, em 1991 e 2001, e o tricampeonato paraense (2000, 2001 e 2002), todos pelo Paysandu, lembra com saudosismo o momento que, para ele, foi decisivo para a conquista do campeonato. A partida diante do Palmeiras, que tinha no elenco o pentacampeão Marcos, o atacante Nenê, atualmente no Paris Saint Germain (PSG), e o lateral-direito da Seleção Paraguaia Arce, foi a que ficou mais marcada na memória do volante.

– Percebemos que dava para ser campeão quando vencemos o Palmeiras, que tinha um timaço, com o Nenê, Marcão e era treinado pelo (Wanderley) Luxemburgo. Aquele jogo (contra o Palmeiras) foi primordial para sermos campeão. A confiança (do elenco) subiu muito (após a vitória) e sabíamos que, a partir daquele momento, seria difícil alguém tirar o titulo do Paysandu – confidenciou Rogério, referindo-se ao Cruzeiro, equipe que o clube enfrentou na final.
Outro componente daquela equipe campeã que foi decisivo na partida diante do time paulista foi o meio-campista Luís Carlos Trindade. Foi ele o autor do gol da virada, depois do cruzamento do lateral-esquerdo Luís Fernando, aos 23 minutos da etapa complementar. Questionado sobre ter sido aquele o gol mais importante da sua carreira, o ex-jogador minimiza e admite que está entre os mais marcantes.

– O segundo gol (contra o Palmeiras) foi importante para minha carreira. Eu tinha entrado no lugar do Vélber, que tinha se batido, e consegui marcar (o gol). Mas quem venceu (o jogo) foi o grupo forte e frio que tínhamos. A gente não podia levar um gol que a equipe tinha um motivo a mais para reverter o placar e correr atrás do resultado. Aquela partida foi um incentivo e, dali em diante, a gente já sentia (que seríamos campeões) – explicou Trindade que jogou como profissional até os 41 anos.

Acostumado a jogar partidas importantes e decisões de campeonatos, o jogador revelou que se mantinha muito tranquilo, apenas bastante concentrado e atento às orientações repassadas pelo treinador durante a preleção. Trindade contou, ainda, que só acreditou que o título era do Paysandu quando chegou ao vestiário do estádio Plácido Castelo, o Castelão, em Fortaleza, e segurou a taça de campeão nas mãos. Naquele momento, além da “ficha ter caído”, caíram também às lágrimas...

– Foi quando acreditei que tínhamos ganhado (o campeonato). Eu era muito contido e sempre fiquei muito quieto, mas quando segurei e taça e começamos a corrente de oração, desabei em choro. Passou um filme pela minha cabeça. É nessa hora que você vê a sua importância para o clube e tem a certeza que tudo aquilo vai ficar marcado na história. Além disso, um título dessa importância fica eternizado na nossa carreira profissional – enalteceu.

Quem também não segurou a emoção foi outro meio-campista, mas que já mora em Belém há bastante tempo: Lecheva, que é de Mogi (SP), exerce a função atual de gerente de futebol do Papão da Curuzu. O jogador iniciou a competição como titular, mas acabou se lesionando logo no primeiro jogo contra o Corinthians e teve que assistir toda a competição pela televisão. Ele conta, no entanto, que logo na primeira entrevista, antes de iniciar a Copa dos Campeões, comentava que time paraense poderia passar da primeira fase do torneio e seguir até um pouco mais longe.

– Desde o inicio, desde a primeira entrevista que dei na imprensa, afirmei que não seria nenhuma surpresa se o Paysandu passasse da primeira fase. Quando passamos, minha confiança era grande de que chegaríamos até a decisão, ainda que a Copa dos Campeões reunisse grandes equipes do cenário do futebol brasileiro e a crônica não nos colocasse como favorito para conquistar o título – disse Lecheva, atualmente com 37 anos.

Lecheva comenta que o grupo era cúmplice, um elenco sem vaidades, ou melhor, verdadeiros operários do mundo da bola, com jogadores que se completavam e, claro, com um treinador que tinha a percepção ideal de cada atleta. A partida final diante do Cruzeiro, contudo, mostrou que sua concentração típica era vulnerável até mesmo longe dos gramados. Contundido, o jogador assistiu a final do sofá de casa e revela que, no apito final, precisou ser amparados pelos amigos que assistiam à partida em sua companhia.

– Assisti ao jogo pela televisão. E, mesmo eu sendo muito centrado, quando o Luiz Fernando bateu o último pênalti e vi a rede balançando, eu não me contive. Comecei a chorar compulsivamente. A situação ficou ainda ‘pior’ quando o Gino, Sandro e o Marcão, pela TV, ofereceram o título para mim, fazendo daquele momento muito mais diferente – lembra Lecheva que, no desembarque dos jogadores em Belém, ainda não tendo condições de caminhar sem a ajuda de muletas, participou da carreata no carro dos bombeiros pelas ruas da capital.

globoesporte.com/pa

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