Título garantiu participação inédita na Libertadores.
O dia 4 de agosto está marcado na memória do torcedor do Paysandu. Foi nesta data, há 10 anos, que o clube paraense conquistou seu principal título nacional: a Copa dos Campeões, em 2002.
O time bicolor conseguiu o feito na última edição da competição, que saiu do calendário oficial do futebol nacional após a implantação do Brasileirão de pontos corridos. Além da taça, o Paysandu conquistou o direito de participar da Copa Libertadores da América no ano seguinte, feito inédito para um clube do norte do país.
A voz da conquista
O narrador Luís Roberto, da Rede Globo, participou da transmissão dos jogos do Paysandu em 2002, e acompanhou de perto a campanha do time de Belém.
- Nós saímos da Copa do Mundo do Japão e da Coréia. O Brasil havia conquistado o pentacampeonato mundial. Eu me lembro que saí da cobertura da chegada da seleção direto para Belém. O primeiro jogo foi Paysandu e Corinthians, abrindo a Copa dos Campeões na quarta-feira seguinde da conquista do pentacampeonato - recorda Luís Roberto
Segundo o narrador, a competição tinha alguns favoritos, como o Corinthians, pela força e tradição, e o Cruzeiro, que havia feito contratações importantes, como o atacante Lucas, repatriado com status de craque no clube mineiro.
- Mas, de repente, já na primeira rodada, o futebol que mais encantou foi o do Papão. E o Paysandu veio surpreendendo, tanto que chegou na decisão. E aí foram dois jogos contra o Cruzeiro. O Paysandu jogou uma partida em casa, digamos que foi sorte pura, porque a sede é pre-estabelecida, mas o Cruzeiro venceu o jogo e ampliou o favoritismo - relembra Luís Roberto.
Garra e superação garantiram título bicolor
Após perder em casa, o Paysandu precisaria vencer por pelo menos um gol de diferença para decidir a partida nos pênaltis. Os torcedores paraenses acreditaram, e o elenco, comandado por Givanildo Oliveira, também. O Paysandu fez uma grande partida, venceu de virada por 4 a 3, levou a disputa para os pênaltis e acabou conquistando o título após o Cruzeiro desperdiçar três cobranças, que resultaram num placar de 3 a 0.
A torcida bicolor ficou eufórica, fazendo uma grande festa em Belém na chegada do time, que contava com jogadores como Sandro Goiano e o goleador Vandick. O resultado impressionou até quem estava acostumado a acompanhar os grandes feitos do futebol brasileiro no exterior, como Luís Roberto.
- Ter narrado esta partida também é um motivo de satisfação, de orgulho. Talvez seja a maior conquista de um time do norte brasileiro. E todos torcemos para que o norte do Brasil tenha equipes competitivas, pela paixão, pelo calor de sua torcida, pelo apoio ao esporte de sua gente. Foi uma conquista memorável, e a festa na chegada do time foi muito merecida. Parabéns ao Papão - exalta.
Legado histórico
Para o comentarista esportivo Carlos Ferreira, da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, a vitória bicolor tem uma grande importância para a história do clube, mas, excetuando a participação na Libertadores do ano seguinte, trouxe poucos frutos para o time, que desde 2007 disputa a Série C do Campeonato Brasileiro.
- Os mais de cinco milhões de reais que o Paysando ganhou na Copa dos Campeões e na Copa Libertadores da América não se traduziram em engrandecimento na estrutura do clube. A rigor, o que ficou mesmo foi um legado para a história, não um legado material. O clube não ganhou a evolução que tanto precisaria, não aproveitou a oportunidade que teve. O Paysandu regrediu - avalia Ferreira.
Mesmo assim, o comentarista acredita que o 4 de agosto continua sendo uma data digna de comemoração pelos bicolores.
- Nada irá apagar o feito extraordinário do Paysandu. Em 2002 Campeão dos Campeões, o terceiro título nacional do clube, um título em nível de primeira divisão, com o Paysandu superando times do nível de Corinthians, Palmeiras, Fluminense e Cruzeiro. Isto é grandioso, e será lembrado daqui a várias décadas. A última Copa dos Campeões está na galeria de títulos do Clube - ressalta.
globoesporte.com/pa
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