Médico questiona os quadros de hipoglicemia

Não é raro um jogador passar mal nos treinos e virar notícia. Essa semana, foi a vez do meia Robinho do Paysandu ganhar as páginas do Bola. Mas, esse “privilégio” também já aconteceu com outros. Um levantamento feito pelo Bola constatou que, do final de 2011, até a metade desse ano, quatro profissionais, de Remo e Paysandu, deixaram os treinos mais cedo sob cuidados médicos: Tardelly, Adeníso, Edu Chiquita e, agora, Robinho.
Em todos os casos, o mesmo diagnóstico foi dado pelos departamentos médios de Leão e Papão: hipoglicemia. A doença é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue. Porém, a análise médica pode estar sendo precipitada. Procurado pela reportagem, o médico Paulo Viana, especialista em endocrinologia, área da medicina que trata de problemas hormonais, informou que a hipoglicemia é um sintoma muito mais comum em pessoas que sofrem de diabete. “Primeiramente, é preciso observar que critérios estão sendo usando para diagnosticar esses jogadores. Se não fizer os exames certos, não se pode identificar uma pessoa com hipoglicemia. Dificilmente, alguém que não é diabético e não faz uso de medicamentos para diabéticos, vai ter hipoglicemia. Provavelmente, esses jogadores estão sendo mal diagnosticado no quadro de hipoglicemia”, explica.
Então, o que os atletas estariam sentindo? Para Viana, o problema pode estar muito mais ligado à hidratação (reposição de água no organismo) e à alimentação. Robinho não foi liberado pela assessoria de imprensa para maiores esclarecimentos. Já Edu Chiquita, um dos diagnosticados com a patologia, contou que, na época que passou mal, fazia uso de antibióticos. “Um pouco antes de vir para o Clube do Remo, eu estava com um problema dentário e tomava muito antibiótico pra ajudar na recuperação. Isso somado à correria nos treinos, o sol forte, e ainda estava abaixo do peso, acabou acontecendo tudo isso”, revelou.

Diário do Pará