A julgar pela qualificação do adversário, previa-se um desafio árduo ao Paysandu, mas quem deu as cartas de início foram os donos da casa, com ataques rápidos pela direita. Aos dois minutos, o atacante João Neto arriscou o primeiro chute, que resvalou na defesa. Com os primeiros lances de perigo nascendo pelas laterais, aos poucos, o Paysandu sentiu-se a vontade para trocar passes e dominar a intermediária paranaense.
E por estar mais a vontade, aos 11 minutos de jogo o Paysandu beijou a trave após uma cabeceada do zagueiro Raul, no travessão. O Paraná, por sua vez, arriscava alguns contra-ataques, mas, dificultado pelo sistema defensivo (4-5-1), esbarrava na defesa alvi-celeste. Com o primeiro tempo equilibrado, mas nitidamente favorável ao Paysandu, as duas equipes voltaram sem mudanças para a etapa final.
Não tardou muito para a pressão surtir efeito. Aos 11 minutos, após cobrança de escanteio de Eduardo Ramos, a bola passou por Raul e caiu de graça na cabeça de Rafael Oliveira. 1 a 0. O gol parece ter incomodado o técnico Dadá Cavalcante, que abriu mão de um meia para colocar o atacante JJ Morales. Em resposta, Alex Gaibu, em excelente jornada, deu lugar a Billy, fechando mais a defesa bicolor.
Além das mudanças táticas, Rogerinho Gameleira trocou os atacantes João Neto e Rafael Oliveira por Iarley e Careca, respectivamente. Iarley, aliás, entrou no início do segundo tempo. Mas quem encerrou a conta foi o maestro Eduardo Ramos. Ao receber bola adocicada de Yago Pikachu, na entrada da área, o meia ajeitou e chutou sem chance no canto direito. 2 a 0.
Voltou pra casa e voltou pra ficar!
Depois de mandar dois jogos no município de Paragominas, o retorno do Paysandu a Belém não poderia ter sido melhor, inclusive pela situação mais confortável na tabela de classificação. Um reflexo da Série B que serve de espelho ao Paysandu.
“Hoje o time mostrou o espírito da Série B. Não que viéssemos longe disso, mas dá pra ver que jogando num gramado bom, em condições, prevalece o futebol da nossa equipe. Agora, estamos sempre dispostos a ir pra guerra”, comemora o zagueiro Diego Bispo.
A recordação do gramado ruim do estádio Arena do Município Verde ficou na lembrança por causa das atuações só regulares, que insistiam em proibir a bola de entrar. “Acho que o gramado de Paragominas não serve de motivo para justificar os resultados, mas hoje (ontem), tivemos um bom volume de jogo, só que usando as condições em nosso favor. Além do gramado, contou muito o apoio que tivemos da nossa torcida”, acrescenta o volante Zé Antônio.
Os paranaenses credenciaram a derrota há um único lance capital. “O primeiro tempo foi equilibrado, o Paysandu praticamente não ofereceu perigo ao nosso gol. O gol deles foi determinando. Foi uma falta clara e o árbitro estava do lado. Isso deu uma desequilibrada e tivemos que ir atrás dos contra-ataques, que infelizmente nos levou a tomar o segundo”, disse o zagueiro Anderson.
Aplicação tática tornou o time mais competitivo
O primeiro compromisso do técnico interino Rogerinho Gameleira gerou expectativa. No entanto, taticamente o Paysandu manteve uma linha de raciocínio que deu certo.
“Conseguimos abrir os espaços e fizemos dois gols. As dificuldades eram que estávamos com posse de bola, mas demorávamos muito para finalizar, enquanto eles se fechavam. Era preciso dar mais posse e movimentação para o time, e taticamente, todos eles cumpriram essa função”, disse o técnico.
Já no segundo tempo e com um gol na conta, os bicolores resolveram deter o posicionamento adversário, que aposentou o esquema baseado em apenas um atacante. Por grande parte do segundo tempo, o Paraná manteve maior domínio de bola, mas a finalização acabava quase sempre nas mãos do goleiro Zé Carlos ou pela linha de fundo.
Gameleira fez o que era mais prudente: tirou Alex Gaibu, considerado a melhor peça no meio-campo, para recuar Billy, tornando a cabeça de área praticamente uma extensão da zaga. Ainda sim, manteve dois atacantes, apenas mudando os personagens, até o momento do segundo gol. Tudo isso aos olhos do técnico Givanildo Oliveira, que assistiu de camarote a primeira vitória de seus novos comandados.
“O Iarley é um jogador que os outros atletas veem e ele chama atenção. Por isso eu pedi que ele jogasse mais na frente, chamando os zagueiros. Ele fez isso muito bem. Já o Billy entrou no lugar do Alex Gaibu porque estávamos com 30 minutos, então botei mais um volante para facilitar a marcação e evitar a chegada do adversário na nossa área. Tanto ele, quanto o Vanderson e o Zé Antônio entraram muito bem”, define.
Diário do Pará
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